A Ucrânia vai acusar cerca de 80 russos suspeitos de crimes de guerra, avançou esta terça-feira a procuradora-geral da Ucrânia. As declarações de Iryna Venediktova foram feitas esta terça-feira numa conferência de imprensa, após um encontro de dois dias entre membros de um grupo de países que se juntaram para investigar crimes de guerra na Ucrânia e o procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Ahmed Khan, na Agência da União Europeia para a Cooperação Judiciária Penal (Eurojust).

De acordo com a Associated Press, este encontro em Haia, nos Países Baixos, surge numa altura em que a Rússia continua a sua ofensiva militar na Ucrânia. As tropas de Moscovo têm sido acusadas de crimes de guerra, com o assassinato de vários civis em Bucha e o ataque a infraestruturas civis em Mariupol.

A Procuradoria-Geral ucraniana abriu mais de oito mil investigações criminais relacionadas com a guerra. Na conferência de imprensa, a procuradora, citada pela agência Reuters, atualizou o número de suspeitos identificados pelas autoridades ucranianas: mais de 600. Uma lista que inclui “militares de alta patente, políticos e agente de propaganda da Rússia”.

Mais três países juntam-se à equipa de investigação

Esta equipa de investigação conjunta, composta pela Ucrânia, Polónia e Lituânia, foi criada em finais de março, semanas depois de o TPI ter aberto uma investigação. Recorde-se que, na Ucrânia, está uma equipa de investigadores do TPI a recolher provas. Segundo Venediktova, outras três nações irão juntar-se a este grupo: a Estónia, a Letónia e a Eslováquia.

Para o procurador-chefe do TPI, o trabalho desenvolvido por este grupo mostra o empenho da comunidade internacional para com o Estado de direto. Algo que, segundo Karim Khan, é “absolutamente essencial, não só para a Ucrânia, mas para a continuação da paz e da segurança em todo o mundo”.

O procurador-chefe indicou ainda que o TPI irá abrir uma delegação na Ucrânia “nas próximas semanas”.

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