O jornalista russo Alexander Nevzorov, que fugiu do país depois de ter denunciado a invasão da Ucrânia pela Rússia, recebeu a cidadania ucraniana. A notícia está a ser avançada esta sexta-feira pela Reuters, que cita o conselheiro do ministro do Interior ucraniano, Anton Gerashchenko.
Nevzorov, cujo canal de YouTube conta com mais 1.9 milhões de subscritores, confirmou que lhe foi concedida a cidadania através de uma publicação no Telegram, em que descreve a guerra da Rússia como um crime.
O jornalista e a mulher, Lydia — a quem também foi concedida a cidadania ucraniana — , saíram da Rússia em março. O Kremlin está a tentar deter Nevzorov, acusando-o de espalhar informação falsa sobre a guerra, que o Governo de Putin descreve como uma “operação militar especial”.
Em março, Moscovo aprovou uma lei que prevê penas de prisão até 15 anos para quem, intencionalmente, espalhar informação “falsa” sobre as forças armadas russas. O Kremlin lançou uma investigação ao jornalista depois de Nevzorov ter acusado as tropas russas de bombardearem uma maternidade em Mariupol.
“Não consigo estar mais calado. O que está a acontecer em Mariupol é terrorismo”, escreveu Nevzorov no Telegram, refere a Al Jazeera. “Isto é que é libertação, quando matamos centenas de civis para liquidar uma dúzia de soldados?”
Relatório da OSCE atribui ataques a maternidade e teatro de Mariupol à Rússia
O Presidente da Ucrânia assinou, em dezembro, uma lei que simplifica a obtenção da cidadania ucraniana por parte da russos que estejam a ser perseguidos no país por motivos políticos.