Ao 101.º dia de conflito, a Ucrânia anunciou que conseguiu recuperar metade da cidade de Severodonetsk, em Lugansk, para onde os esforços russos têm estado focados nos últimos dias. Foi o governador da região a avançar a notícia, acrescentando que as forças russas estão a destruir pontes sobre o rio Seversky Donets para impedir os combatentes ucranianos de levarem para a cidade ajuda humanitária e reforços militares.
Já as forças da Rússia anunciaram ter abatido um avião militar, que transportava armas e munições, em Odessa, junto ao Mar Negro. Um míssil também atingiu um posto de “mercenários estrangeiros” e outro um centro de treino, na região de Sumy, segundo informação do Ministério da Defesa do país.
O papa Francisco voltou a manifestar vontade de se deslocar á Ucrânia. O primeiro-ministro do Japão está a ponderar participar na próxima cimeira da NATO no que seria a primeira vez que um chefe de governo japonês participaria numa reunião da aliança ocidental. O ministro italiano dos negócios estrangeiros, Luigi di Maio, disse este sábado que começou “a guerra mundial do pão”.
Aqui fica um ponto da situação, para ficar a par de tudo o que aconteceu nas últimas horas da guerra na Ucrânia. Pode ler também o liveblog do Observador, onde todas as notícias sobre o conflito são atualizadas ao minuto.
O que aconteceu durante a tarde e início da noite?
- O exército russo afirmou que unidades militares ucranianas retiraram-se da cidade de Severodonetsk, no leste da Ucrânia, que tem sido palco de violentos combates entre as forças de Kiev e as de Moscovo.
- Contudo, o presidente da câmara local, Olexandre Striouk, afirmou este sábado que as forças ucranianas tentam “retomar o controlo total” de Severodonetsk, uma cidade estratégica no leste da Ucrânia.
- O ministro italiano dos negócios estrangeiros, Luigi di Maio, disse este sábado que começou “a guerra mundial do pão”, com o bloqueio de cereais na Ucrânia e o consequente “risco de novos conflitos em África”.
- Rússia prolonga restrições a voos civis em 11 aeroportos até dia 12 de junho, anunciou hoje o Ministério dos Transportes russo, citado pela agência Tass. O espaço aéreo das regiões sul e central da Rússia está fechado a aviões civis desde 24 de fevereiro de 2022.
- O Ministério da Defesa da Rússia afirmou ter atingido com mísseis de alta precisão um centro de treino de artilharia na região de Sumy, na Ucrânia, onde trabalhavam instrutores estrangeiros.
- O papa Francisco reiterou este sábado a sua disposição de visitar a Ucrânia, mas disse estar à espera do “momento certo”. Na próxima semana, vai reunir-se com representantes do Governo ucraniano, com quem, entre outras coisas, discutirá a possibilidade de uma viagem ao país em guerra.
Ucrânia: Papa diz que está à espera do “momento certo” para visitar Kiev
- O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia não gostou de ouvir Emmanuel Macron dizer que a Rússia não deveria ser humilhada para evitar que caia por terra uma solução diplomática quando os conflitos terminarem. Dmytro Kuleba reagiu no Twitter, ao defender que essas declarações “só humilham França” e “todos os outros países” que concordem com Macron.
- A legião internacional de defesa da Ucrânia, uma brigada de voluntários que combatem com as forças ucranianas, anunciou que quatro militares da Alemanha, dos Países Baixos, da Austrália e de França morreram na Ucrânia. Não se conhecem os detalhes sobre como e quando as mortes ocorreram.
- O governo dos EUA vai vender à Ucrânia quatro drones de combate MQ-1C Gray Eagle, que são capazes de atingir o sul de Moscovo com mísseis Hellfire. O espanhol El Confidencial adianta, porém, que a compra destes drones pode ser usada por Vladimir Putin como um pretexto para agravar o conflito.
- O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, está a ponderar participar na próxima cimeira da NATO, em Madrid, no final deste mês, no que seria a primeira vez que um chefe de governo japonês participaria numa reunião da aliança ocidental. Fontes do governo japonês esperam que a participação reforce a coordenação com os Estados Unidos da América e os países europeus na resposta à guerra da Rússia na Ucrânia e possíveis contingências sobre o Estreito de Taiwan.
O que aconteceu durante a manhã?
- O governador da região de Lugansk avançou que as tropas ucranianas controlam atualmente cerca de metade da cidade de Severodonetsk. Serhiy Haidai tinha chegado a dizer que a Ucrânia saíra estrategicamente da cidade, mas citado pelo jornal britânico The Guardian, afirmou agora que parte da cidade já foi recuperada e que os militares da Ucrânia conseguiram fazer com que os russos recuassem.
- A Rússia também estará a destruir pontes sobre o rio Seversky Donets para impedir os combatentes ucranianos de trazerem para a cidade reforços militares e ajuda humanitária aos civis. A informação foi avançada este sábado pelo governador de Lugansk, segundo a Reuters.
- A primeira-ministra da Estónia pediu ao Presidente do país que demitisse os sete ministros do partido com quem o seu partido (Reforma) mantinha uma coligação no governo, o Centro (que chegou a ter ligações ao partido de Vladimir Putin, na Rússia). Kaja Kallas acusou os agora ex-parceiros do Centro de não defenderem os interesses da Estónia e de estarem a “trabalhar ativamente” contra os valores do país.
- Os serviços de inteligência ucranianos estão em contacto com os prisioneiros da fábrica de Azovstal e o ministro do Interior assegura que Kiev está a fazer tudo o que consegue para os libertar. Denys Monastyrskiy disse na sexta-feira que é através dos serviços de inteligência que a Ucrânia está a par das “condições da detenção, nutrição e a possibilidade da libertação” dos prisioneiros.
- As forças russas dizem ter abatido um avião militar ucraniano que transportava armas e munições, perto do Mar Negro, mais concretamente em Odessa. Um míssil também atingiu um posto de “mercenários estrangeiros” e outro um centro de treino, na região de Sumy, onde as forças ucranianas estavam a receber treino de instrutores estrangeiros.
- O Presidente francês, Emmanuel Macron, defende que a Rússia não seja humilhada pelo Ocidente para que, uma vez cessados o combates, não se coloque em causa o diálogo e uma eventual solução diplomática.