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Vieira e o suposto almoço com inspetores. PSP rejeita que agentes tenham comido com arguido, PJ lembra que nem esteve nas buscas

Este artigo tem mais de 2 anos

A PSP admite ter apoiado a ação de investigação, mas afirma que os polícias realizaram estritamente as suas funções. A PJ lembra que nem sequer esteve nas buscas. MP e AT ainda não se pronunciaram.

O presidente do Conselho de Administração da Promovalor, Luís Filipe Vieira, fala perante a Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, na Assembleia da República, em Lisboa, 10 de maio de 2021. ANTÓNIO COTRIM/LUSA
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ANTÓNIO COTRIM/LUSA

ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Luís Filipe Vieira afirmou esta segunda-feira que no dia em que foram feitas buscas a sua casa alguns “inspetores” presentes almoçaram consigo. Confrontada pelo Observador, a PSP — órgão de polícia criminal que juntamente com a Autoridade tributária coadjuvou o Ministério Público — nega que tenham sido agentes desta polícia a ter esse comportamento. Já a Polícia Judiciária fez saber que nem sequer participou na operação, rejeitando qualquer situação envolvendo os seus inspetores.

Questionados pelo Observador, a Procuradoria-Geral da República e a Autoridade Tributária não enviaram qualquer resposta até à publicação deste artigo.

A afirmação do antigo presidente do Benfica foi numa entrevista que concedeu à CMTV. Segundo Vieira, só depois do almoço, que diz ter sido na companhia “dos inspetores”, é que ficou a saber que iria ser detido: “Fizeram buscas no meu gabinete, no meu quarto, até nos tetos falsos andaram a mexer. Não sei do que andavam à procura. Fizeram buscas na minha casa, na casa do meu filho. Fui para a minha casa. Almoçaram comigo dois ou três inspetores, na minha casa. Se eu ia almoçar, podiam almoçar comigo”.

PSP nega qualquer refeição com Vieira, PJ explica que nem sequer estava presente

Ao Observador, a Direção Nacional da PSP reagiu a estas declarações, rejeitando qualquer comportamento menos ético dos agentes: “A Polícia de Segurança Pública apoiou a ação de investigação em apreço e os nosso polícias realizaram estritamente as suas funções”.

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A Police car transports four detained people, among them the entrepreneur and president of Benfica Luis Filipe Vieira, arrives at the Central Court of Criminal Instruction to be heard in the first judicial questioning following his detention on Wednesday as part of an investigation into alleged crimes of swindling, tax fraud, and money laundering, in Lisbon, Portugal, 08 July 2021. Luis Filipe Vieira is one of four people detained, who, according to the Central Department of Investigation and Prosecution (DCIAP), are suspected of being involved in "business and financing in a total amount exceeding 100 million euros, which may have entailed high losses for the state and for some of the companies". MIGUEL A. LOPES/LUSA

MIGUEL A. LOPES/LUSA

Com esta afirmação afastam o cenário de qualquer almoço entre os agentes e o arguido, da forma que foi avançado ontem na entrevista. Mas nas buscas participavam também elementos do MP e da Autoridade Tributária, outro órgão de polícia criminal que coadjuvava a investigação. Questionado esta tarde sobre estas afirmações, o Ministério das Finanças, que tutela a Autoridade Tributária, não enviou qualquer resposta até à publicação deste artigo. Também a Procuradoria-Geral da República não se pronunciou.

Já a Polícia Judiciária fez saber que nenhuma acusação pode dizer respeito aos seus inspetores, dado que nem sequer participaram nesta diligência. O esclarecimento, sabe o Observador, surge depois de se ter associado a referência a “inspetores” aos elementos daquela polícia.

“Face a notícias vindas a público sobre um eventual almoço em casa do Sr. Luís Filipe Vieira a Polícia Judiciária informa que nenhum elemento da PJ esteve envolvido nessa situação”, refere aquela polícia na sua rede social Twitter.

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