Os EUA pediram à China que não devem tomar “mais iniciativas desestabilizadoras” em Taiwan, no comunicado tornado público após uma reunião em Singapura entre os responsáveis da área da Defesa dos dois países. Durante esse encontro, o ministro da Defesa da China, Wei Fenghe, disse diretamente ao seu homólogo norte-americano, Lloyd Austin, que iria “esmagar” qualquer tentativa de tornar Taiwan um estado independente.
O encontro ocorreu poucas semanas depois de Joe Biden ter dito – sem a habitual “ambiguidade estratégica” dos Presidentes dos EUA – que militares norte-americanos defenderiam Taiwan se China atacasse. Este é um ponto de tensão crucial entre os EUA e a China mas, no final, Beijing garantiu que a reunião com Lloyd Austin “correu bem”, com um porta-voz a reiterar depois a posição vigorosa em relação a Taiwan.
Do lado dos EUA, o gabinete do secretário da Defesa destacou no comunicado que a China “deve abster-se de tomar mais iniciativas que desestabilizem” a ilha de Taiwan.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, deixou no final de maio perfeitamente claro que os EUA iriam envolver-se militarmente se a China viesse a atacar Taiwan. O “compromisso” que Biden manifestou numa conferência de imprensa em Tóquio contrasta com a posição de “ambiguidade estratégica” que anteriores presidentes norte-americanos foram mostrando relativamente a este assunto delicado – o que até surpreendeu algumas das pessoas da Administração Biden que estavam na sala, segundo o The New York Times.
Ao lado de Fumio Kishida, primeiro-ministro japonês, Biden foi questionado por um repórter que lhe perguntou que tipo de reação é que os EUA teriam caso a China invadisse Taiwan, em moldes similares ao que a Rússia está a fazer na Ucrânia.
“Não quer envolver-se no conflito na Ucrânia, com militares, por razões óbvias. Estaria disponível para se envolver militarmente para defender Taiwan, se viesse a ser necessário?”, perguntou o jornalista.
“Sim“, respondeu Biden, diretamente.
“Estaria?”, repetiu o repórter.
“Foi esse o compromisso que assumimos“, respondeu Biden.