O Presidente norte-americano, Joe Biden, deixou esta segunda-feira perfeitamente claro que os EUA iriam envolver-se militarmente se a China viesse a atacar Taiwan. O “compromisso” que Biden manifestou numa conferência de imprensa em Tóquio contrasta com a posição de “ambiguidade estratégica” que anteriores presidentes norte-americanos foram mostrando relativamente a este assunto delicado – o que até surpreendeu algumas das pessoas da Administração Biden que estavam na sala, segundo o The New York Times.

Ao lado de Fumio Kishida, primeiro-ministro japonês, Biden foi questionado por um repórter que lhe perguntou que tipo de reação é que os EUA teriam caso a China invadisse Taiwan, em moldes similares ao que a Rússia está a fazer na Ucrânia.

Não quer envolver-se no conflito na Ucrânia, com militares, por razões óbvias. Estaria disponível para se envolver militarmente para defender Taiwan, se viesse a ser necessário?”, perguntou o jornalista.

Sim“, respondeu Biden, diretamente.

Estaria?”, repetiu o repórter.

Foi esse o compromisso que assumimos“, respondeu Biden.

A resposta direta e inequívoca, sem quaisquer ressalvas ou relativizações, terá causado surpresa entre as pessoas que estavam na sala, relata o The New York Times, que está a acompanhar a visita que Biden está a fazer na Ásia por estes dias.

Já em outubro Biden também tinha falado de um “compromisso” para ajudar Taiwan, o que já nessa altura levou a que a Casa Branca se desdobrasse em esclarecimentos e garantias de que nada tinha mudado na política norte-americana – que tem sido de manter a “ambiguidade estratégica” relativamente a esta matéria explosiva do ponto de vista geopolítico.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR