Foi a imprensa internacional que deu conta. O logótipo utilizado na nova cadeia “Vkousno i totchka” (Delicioso, ponto final) — que, na Rússia, veio substituir a gigante McDonald’s — é muito semelhante ao da Matosmix, uma empresa portuguesa de Macieira de Rates, em Barcelos, que produz rações de animais.

Em declarações à rádio Observador, João Matos, responsável de marketing e comunicação da Matosmix, afirmou que a empresa não quer estar associada à Rússia, mas não há muito que possa fazer, em termos legais, para proteger a sua imagem.

“O único comentário que temos a fazer é que, na situação atual, não queremos estar associados à Rússia e não queremos que o nosso logótipo seja confundido com o logótipo agora implementado pelo novo McDonald’s na Rússia”, começou por afirmar. “Não pretendemos fazer nenhuma mudança. O logótipo é nosso e encontra-se registado desde 2021. Não pretendemos mudar porque sofremos um rebranding em 2021”, acrescenta. No entanto, o responsável admite que a empresa não tem capacidade para reclamar “porque o logótipo só se encontra registado em Portugal”.

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“Não gostamos de estar associados à Rússia”. “McDonald’s russo” tem logótipo semelhante ao de empresa portuguesa

Apesar de ter mais duas décadas de existência, o logótipo da Matosmix é recente. Na sua página na internet, a empresa de rações chegou a anunciar o rebranding. “A Matosmix apresenta o seu novo visual, sinal de mudança e inovação. Estamos a melhorar por e para si. Com este novo visual, pretendemos demonstrar que não estagnamos no tempo mas que apostamos na melhoria contínua dos nossos serviços e produtos, na modernização, na qualidade e em novos mercados”, lê-se na mensagem da empresa de Barcelos.

A Matosmix não exporta para a Rússia, sendo o seu mercado maioritariamente português.

McDonald’s russo agora é “delicioso e ponto final”. 15 unidades reabriram na Rússia

O “novo” McDonald’s russo reabriu este domingo, com 15 restaurantes, após ter deixado de poder ostentar o nome e a imagem da cadeia norte-americana. A McDonald’s chegou, em maio, a acordo com Alexander Govor, que operava 25 franchises da marca na Sibéria, para ficar com todas as unidades que existiam na Rússia e os cerca de 62 mil trabalhadores, mas tinha de converter as lojas quer em termos de marca quer de menu.