A Lada tinha à sua frente um futuro que tinha tudo para ser brilhante. Controlado pelo Grupo Renault, o moribundo construtor russo ia fazer parte de uma unidade de negócios que também integra a Dacia e, juntos, iriam continuar a evoluir de low cost para value for money, para ganhar clientes e respeito. Mas tudo acabou em Maio, quando a comunidade internacional forçou ao “divórcio” as marcas ocidentais que mantinham negócios com entidades russas, o que levou os franceses a venderem ao desbarato as acções que detinham na Lada ao Instituto Central de Investigação e Desenvolvimento de Automóveis e Motores (NAMI), controlado pelo Governo local.

Porque a economia não pode parar, nem mesmo a russa, que está a destruir um país vizinho, a Lada rapidamente “ligou as máquinas” para voltar a produzir os seus modelos. O que se compreende, pois a guerra está para durar e, além da Rússia, há muitos outros países no leste europeu para os quais os Lada figuram entre os melhores veículos que o seu “curto” poder de compra pode adquirir.

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Contudo, a guerra limita o acesso da marca russa aos materiais e fornecedores de que necessita para produzir carros modernos, pelo menos no que respeita a equipamentos de segurança e até de conforto. As sanções impostas à Rússia tornaram os Lada obsoletos, mesmo quando ainda são novos, uma vez que lhes passaram a faltar peças fundamentais para garantir a segurança – e potencialmente o conforto – dos seus ocupantes.

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O Lada Granta Classic, na versão de 2022, é um dos modelos mais populares da marca. Porém, a partir de agora, vai passar a ser fabricado e fornecido a clientes numa versão mais ligeira. Em termos de peso e também em matéria de custos, pois a Lada “cortou” no preço ao mesmo ritmo em que “cortou” no equipamento que o modelo oferece de série.

Uma das principais surpresas que faz o “novo” Granta Classic parecer “velho”, ou mesmo do século passado, é a ausência de soluções como o ESP, o controlo electrónico de estabilidade e os pré-tensores dos cintos de segurança. Para quem gosta de música, o antigo automóvel “francês” que agora é 100% russo também não vai agradar, pois em vez de montar quatro colunas de som, passou a ter o sistema multimédia “pronto” a ser equipado com quatro altifalantes, a fazer fé no press release. Quer isto dizer que ou bem que o futuro proprietário tem lá para casa quatro colunas, ou o melhor é ter à mão um par de auriculares.

O motor também sofreu alterações e nenhuma para melhor. A locomoção continua a estar confiada ao quatro cilindros a gasolina atmosférico com 1,6 litros, capaz de fornecer 90 cv, unidade motriz que respeitava a norma Euro 5, longe portanto do Euro 6d obrigatório no resto da Europa. Mas por se terem portado mal com a Ucrânia, os russos vão ser obrigados a conviver com o 1,6 de 90 cv a funcionar apenas segundo a norma Euro 2, aprovada em 1996. Literalmente, no século passado.