O Presidente da Guiné Equatorial enumerou esta segunda-feira o desaparecimento de espécies, as mudanças climáticas e a contaminação marítima como uma tríplice crise ambiental que exige a mobilização do mundo pelo cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Teodoro Obiang falava no plenário da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que começou em Lisboa, um evento que “chega num momento crítico, em que o mundo se está a reforçar para mobilizar, criar e promover soluções que permitam alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável antes de 2030”, definidos pela ONU.

Além destes desafios, acrescidos da pandemia, que “causou estragos em todo o planeta e desafiou os sistemas sanitários de todo o mundo”, Obiang indicou que “a crise climática atual manifesta-se, igualmente, como uma crise oceânica”.

“O oceano absorveu entre 20 e 30% das emissões de dióxido de carbono, causadas pelo homem”, disse.

Sobre o seu país, observou que “a Guiné equatorial tem uma zona económica marítima exclusiva de 314.000 quilómetros quadrados, 10 vezes superior à sua superfície terrestre, o que a converte num país altamente vulnerável às mudanças ambientais e desafios de segurança”, além do facto de ter “uma parte continental e uma parte insular”.

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“O meu país é vítima de outras ameaças importantes, como a pesca ilegal, que prejudica as comunidades costeiras, que dependem da pesca sustentável para obter rendimento e alimentos”, referiu.

E acrescentou: “O significativo aumento da delinquência transnacional organizada, no Golfo da Guiné, na forma de pirataria e roubo à mão armada, afetam negativamente os intercâmbios comerciais e as demais atividades de desenvolvimento da zona”.

Obiang sublinhou que, apesar destas dificuldades, a Guiné Equatorial “promoveu políticas em prol de uma gestão sustentável dos oceanos, com a adoção de vários instrumentos legais, reguladores das águas e das costas, atividades pesqueiras e aquícolas, de gestão de hidrocarbonetos, meio ambiente, etc”.

“A Guiné Equatorial, na sua estratégia para a diversificação económica, de luta contra a pobreza no horizonte de 2035, integrou todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nos pilares de desenvolvimento nacional e aposta na economia azul como um dos enfoques económicos mais compatíveis na luta contra as mudanças climáticas”, disse.

Obiang deixou três propostas para a luta contra as mudanças climáticas e o desenvolvimento da economia azul.

Fortalecer os marcos de cooperação ao nível da investigação sobre a biodiversidade marinha, encontrar uma saída para a repressão da pirataria, necessária para a harmonização da legislação internacional sobre a matéria, assim como uma revisão da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, e a adoção de protocolos em matéria de segurança marinha das embarcações”, avançou.

“O êxito da conferência é de toda a humanidade e do nosso planeta”, concluiu Teodoro Obiang.

A Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos realiza-se em Lisboa até 1 de julho, com o apoio dos Governos de Portugal e do Quénia, contando com a presença de chefes de Estado e de Governo de todos os continentes.