Afinal, Tchizé dos Santos não voltou atrás e não assinou qualquer mensagem subscrita por quatro dos seus irmãos. Depois de, ao início da tarde, uma mensagem subscrita pelos cinco irmãos ter sido divulgada a pedir uma lei da amnistia geral, o fim dos processos judiciais e institucionais de muitos angolanos, ao mesmo tempo que admitia funeral de José Eduardo dos Santos, depois das eleições, a segunda filha do ex-Presidente veio demarcar-se do seu conteúdo.
Filhos de Eduardo dos Santos pedem amnistia geral e fim dos processos judiciais
Segundo a Lusa, Tchizé salientou que vai lutar “até ao fim” pela honra do pai e que é contra amnistias.
Eu não assinei esta carta, não tive conhecimento e não assinei. Concordo que o meu pai não deve ser enterrado agora porque não faz sentido. Concordo que o corpo do meu pai seja enterrado em Angola quando houver condições e quando as pessoas que o perseguiram até à morte já não sejam Governo”, sublinhou, referindo-se ao Presidente João Lourenço.
“O que quero que fique bem claro é que eu lutei pela honra e dignidade do meu pai até as últimas consequências e que uma dessas lutas inclui não aceitar nem pedir amnistia alguma, porque o meu pai não roubou ninguém e eu não tenho de servir de bode expiatório para os roubos de outras pessoas do MPLA, incluindo João Lourenço, Ana Dias Lourenço e a sua máquina e os seus amigos, que agora querem dar a entender que vão fazer uma amnistia porque a família dos Santos pediu”, vincou.
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A filha do ex-Presidente disse que enquanto cidadã angolana “jamais iria subscrever um documento desses“, destacando que “não tem nada a ver com essa carta” e questionando a autenticidade da mesma.
Nenhum dos meus irmãos me informou que tivesse escrito, assinado ou mandado essa carta, eu duvido eu seja verdadeira porque ninguém me informou da sua existência. Se tivessem sido iria achar que estavam a trair a memória e a honra do meu pai e demarco-me redondamente”, declarou à Lusa.
Numa carta enviada à Lusa e ao Observador pelos serviços de assessoria da filha Isabel dos Santos, em que consta a assinatura de “Tchizé” dos Santos, os filhos mais velhos do ex-Presidente angolano defendem uma lei de amnistia geral e o “fim dos processos judiciais e institucionais contra muitos angolanos”.
Filhos de Eduardo dos Santos pedem amnistia geral e fim dos processos judiciais
Na carta, assinada pelos filhos de Eduardo dos Santos — Isabel, José Filomeno “Zenu”, Joess e José Eduardo Paulino “Coreon Dú” e onde figura também o nome de Welwitschea dos Santos — comprometeram-se a colaborar na realização de um funeral nacional, mas após as eleições de 24 de agosto, pedem um mausoléu para acolher os restos mortais e uma lei de amnistia e o fim de processos judiciais e institucionais para muitos angolanos.
