A Rússia afirmou esta segunda-feira que os ataques russos ao porto ucraniano de Odessa não impedem as exportações de cereais da Ucrânia e a aplicação dos acordos assinados pelas duas partes sob a égide das Nações Unidas e da Turquia.

“Putin cuspiu na cara” da ONU e da Turquia. Porto de Odessa terá sido atacado pela Rússia um dia depois do acordo para exportação de cereais

Os bombardeamentos “visam apenas a infraestrutura militar” e “não estão de todo relacionados com a infraestrutura usada para aplicação do acordo sobre as exportações de cereais”, afirmou o porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dimitri Peskov.

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É por isso que não podem nem devem impedir o início do processo de carregamento [dos cereais]”, acrescentou Peskov, no “briefing” diário aos jornalistas.

A Rússia, que tem em curso uma ofensiva militar à Ucrânia desde 24 de fevereiro, bombardeou no sábado o porto de Odessa, vital para o escoamento e comercialização dos cereais ucranianos.

Estes bombardeamentos foram feitos no dia seguinte ao da assinatura de acordos que envolveram a Rússia, a Ucrânia, a Turquia e a Organização das Nações Unidas (ONU), para permitir a exportação de cereais a partir de território ucraniano.

Kiev e Moscovo assinam acordo com Turquia e ONU para desbloquear exportação de cereais

A Ucrânia é um dos maiores produtores de cereais do mundo e a ofensiva russa está a gerar o risco de uma crise alimentar mundial.

Os acordos assinados na sexta-feira preveem a criação de corredores para a exportação de 25 milhões de toneladas de cereais retidos nos portos do Mar Negro.

Numa cerimónia realizada na cidade turca de Istambul, com a mediação da Turquia e da ONU, foram assinados dois documentos similares mas separados — já que a Ucrânia recusou assinar o mesmo papel que a Rússia —, devendo o protocolo vigorar durante quatro meses, sendo, no entanto, renovável.