Um soldado russo a utilizar um chapéu preto de abas largas, com uniforme, insígnia e luvas cirúrgicas é visto num vídeo a aproximar-se de outra pessoa que tem as mãos amarradas e está deitada de barriga para baixo, tendo a parte de trás das calças cortada.
No conjunto de imagens revistas e descritas pelo The Guardian e publicadas em canais pró-russos do Telegram, o soldado russo segura uma faca e aparentemente baixa-se para castrar o prisioneiro enquanto outros militares abusam dele. Os emblemas azuis e amarelos que a vítima utiliza identificam-na como ucraniana.
O prisioneiro ucraniano terá sido posteriormente assassinado, escreveu o The Guardian. O mesmo jornal referiu que não é conhecida a origem do vídeo, nem a data em que as filmagens terão sido feitas. Ainda assim, existem rumores de que o soldado russo que surge a executar o crime já tinha sido gravado anteriormente nas proximidades da fábrica de Azot, em Severodonetsk.
O Telegraph salientou que se acredita que o soldado russo pertença à unidade de forças especiais Akhmat Grozny da Chechénia. Contudo, as calças utilizadas pelo criminoso podem também sugerir um possível envolvimento de tropas da unidade de Rosgvardia — guarda nacional da Rússia subordinada de Putin.
Em reação ao vídeo que, segundo o Telegraph, analistas provaram ser autêntico, o conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak escreveu no Twitter que “o mundo precisa de entender” que a “Rússia é um país de canibais que gostam de tortura e assassinato”. “Mas o nevoeiro da guerra não ajudará os carrascos a evitar a punição. Identificamos todos. Vamos apanhar todos”, acrescentou.
Російські пропагандисти із захватом показали, як група ru-нелюдів нівечила ???????? полоненого. Все, що треба розуміти світу: Росія — країна людожерів, які насолоджуються тортурами та вбивствами. Але туман війни не допоможе уникнути кари ???????? катам. Всіх ідентифікуємо. Кожного дістанемо.
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) July 29, 2022
A deputada ucraniana Inna Sovsun também reagiu às imagens salientando que “a Rússia tem que pagar” e que a Ucrânia precisa de acabar com “este pesadelo de uma vez por todas”. “O mundo não pode fingir que isto não está a acontecer”, acrescentou.
Por sua vez, Marie Struthers, diretora da Amnistia Internacional para a Europa Oriental e Ásia Central, disse ao The Guardian que o vídeo mostra “mais um aparente exemplo de completo desrespeito pela vida e dignidade humana na Ucrânia cometido pelas forças russas”.
Os suspeitos devem ser investigados e, se houver provas suficientes admissíveis, processados em julgamentos justos perante tribunais civis comuns e sem recurso à pena de morte”, concluiu.