Um soldado russo a utilizar um chapéu preto de abas largas, com uniforme, insígnia e luvas cirúrgicas é visto num vídeo a aproximar-se de outra pessoa que tem as mãos amarradas e está deitada de barriga para baixo, tendo a parte de trás das calças cortada.

No conjunto de imagens revistas e descritas pelo The Guardian e publicadas em canais pró-russos do Telegram, o soldado russo segura uma faca e aparentemente baixa-se para castrar o prisioneiro enquanto outros militares abusam dele. Os emblemas azuis e amarelos que a vítima utiliza identificam-na como ucraniana.

O prisioneiro ucraniano terá sido posteriormente assassinado, escreveu o The Guardian. O mesmo jornal referiu que não é conhecida a origem do vídeo, nem a data em que as filmagens terão sido feitas. Ainda assim, existem rumores de que o soldado russo que surge a executar o crime já tinha sido gravado anteriormente nas proximidades da fábrica de Azot, em Severodonetsk.

O Telegraph salientou que se acredita que o soldado russo pertença à unidade de forças especiais Akhmat Grozny da Chechénia. Contudo, as calças utilizadas pelo criminoso podem também sugerir um possível envolvimento de tropas da unidade de Rosgvardia — guarda nacional da Rússia subordinada de Putin.

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Em reação ao vídeo que, segundo o Telegraph, analistas provaram ser autêntico, o conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak escreveu no Twitter que “o mundo precisa de entender” que a “Rússia é um país de canibais que gostam de tortura e assassinato”. “Mas o nevoeiro da guerra não ajudará os carrascos a evitar a punição. Identificamos todos. Vamos apanhar todos”, acrescentou.

A deputada ucraniana Inna Sovsun também reagiu às imagens salientando que “a Rússia tem que pagar” e que a Ucrânia precisa de acabar com “este pesadelo de uma vez por todas”. “O mundo não pode fingir que isto não está a acontecer”, acrescentou.

Por sua vez, Marie Struthers, diretora da Amnistia Internacional para a Europa Oriental e Ásia Central, disse ao The Guardian que o vídeo mostra “mais um aparente exemplo de completo desrespeito pela vida e dignidade humana na Ucrânia cometido pelas forças russas”.

Os suspeitos devem ser investigados e, se houver provas suficientes admissíveis, processados ​​em julgamentos justos perante tribunais civis comuns e sem recurso à pena de morte”, concluiu.