Depois de a Turquia anunciar este domingo que iria sair esta segunda-feira o primeiro navio de um porto ucraniano, o “Razoni”, embarcação com pavilhão da Serra Leoa, abandonou ao início da manhã o porto de Odessa. A bordo, transporta 26 mil toneladas de milho, que deverão chegar ainda esta semana a Tripoli, no Líbano. Antes de chegar ao Líbano, terá de passar por uma inspeção em Istambul.

Os vídeos da saída deste navio são curtos, mas a partida deste navio está a ser encarada como o primeiro passo para tentar atenuar a crise alimentar global. Afinal, desde que a Rússia invadiu a Ucrânia – o celeiro da Europa – que os navios não abandonavam os portos ucranianos.

Do lado das Nações Unidas, que teve um papel de relevo na mediação deste acordo para desbloquear a crise dos cereais, assim como a Turquia, chegou uma saudação “calorosa”, com a perspetiva de que o Razoni seja o primeiro de muitos navios a abandonar os portos da Ucrânia. “O secretário-geral espera que este seja o primeiro de muitos navios comerciais, em conformidade com o acordo assinado e que vai trazer estabilidade e ajuda indispensáveis à segurança alimentar mundial, em particular nos contextos humanitários mais frágeis”, partilhou a ONU em comunicado.

De acordo com as autoridades ucranianas, há ainda 17 navios nos portos ucranianos à espera de poderem partir.

Os governantes ucranianos também sublinham este desenvolvimento como um contributo para acalmar a crise alimentar. “Dia de alívio para o mundo”, escreveu o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmitry Kulebo, no Twitter. “É um dia de alívio para o mundo, especialmente para os nossos amigos no Médio Oriente, Ásia e África, com a saída dos primeiros cereais ucranianos de Odessa, após meses de bloqueio russo.”

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Já o responsável ucraniano pela pasta das Infraestruturas, Oleksandr Kubrakov, sublinha o passo dado esta segunda-feira para “prevenir a fome mundial”. E salientou também que é “importante” para a Ucrânia ser um dos países que garante “a segurança alimentar” a nível global.

Do outro lado do conflito, Moscovo também descreve a partida deste navio com cereais como algo “positivo”. “A saída do primeiro navio é algo positivo. Esperamos que todas as partes cumpram os acordos e que o mecanismo (de exportações) funcione de forma eficaz. É uma boa oportunidade para pôr à prova os mecanismos” assinados em Istambul pela Rússia, Ucrânia, Turquia e Nações Unidas, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Também Bruxelas já comentou o tema, referindo que este foi o “primeiro passo bem-vindo para mitigar a crise alimentar global” provocada pelo bloqueio russo no Mar Negro. Segundo Peter Stano, porta-voz principal do Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, “este é um primeiro passo bem-vindo para mitigar a crise alimentar global, que foi agravada pela agressão ilegítima da Rússia contra a Ucrânia e o bloqueio russo dos portos ucranianos”.

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