O ex-vice-presidente de Donald Trump, Mike Pence, criticou esta terça-feira as buscas feitas pela polícia federal (FBI, na sigla em Inglês) ao domicílio daquele em Mar-a-Lago, no estado da Florida.
Partilho a grande inquietação de milhões de (norte-)americanos depois da busca sem precedente na residência privada do presidente Trump”, escreveu Pence na rede social Twitter.
I share the deep concern of millions of Americans over the unprecedented search of the personal residence of President Trump. No former President of the United States has ever been subject to a raid of their personal residence in American history.
— Mike Pence (@Mike_Pence) August 9, 2022
Na noite de segunda-feira, Trump disse, em comunicado, que a sua luxuosa mansão da Florida tinha sido “investigada e ocupada por numerosos agentes” do FBI. Contactado pela AFP, a polícia federal não quis fazer comentários.
Os conservadores foram unânimes em criticar uma “perseguição política”.
Pence, cuja reação foi das mais tardias, considerou que os “atos de ontem [segunda-feira] minam a confiança do público no sistema judicial“.
Pence e Trump distanciaram-se depois de aquele ter recusado opor-se à certificação da vitória de Joe Biden na eleição presidencial de 2020, apesar dos pedidos de Trump.
Pence e Trump podem disputar a nomeação republicana para a candidatura às presidenciais em 2024.
Entretanto, o multimilionário pediu aos seus apoiantes que lhe deem dinheiro, através do seu site na internet, para enfrentar “a caça às bruxas” que diz estar a ser organizada contra si, depois das buscas do FBI à sua mansão de Palm Beach, em Mar-a-Lago, à procura de documentação oficial.
Na carta enviada aos assinantes da sua plataforma digital, Trump pede que “se apressem” a fazer uma doação “imediatamente”, para o apoiar “contra esta caça às bruxas interminável”.
No dia seguinte às buscas em Mar-a-Lago, um tribunal autorizou uma comissão da Câmara dos Representantes a aceder às declarações fiscais de Trump.
Esta decisão chega um ano depois de o Supremo Tribunal de Justiça dos EUA ter ordenado a Trump que entregasse as suas declarações de impostos a um procurador que investigava as suas finanças em Nova Iorque.
O Tribunal de Apelo do Distrito de Columbia, onde está a cidade de Washington, rejeitou as alegações dos advogados de Trump, que sustentavam que quando uma comissão do Congresso solicita esta informação deve ter “um propósito legislativo legítimo”.
Trump foi o primeiro presidente dos EUA desde Gerald Ford (1974-1977) a não divulgar anualmente a sua declaração de impostos, uma tradição que os seus antecessores consideravam parte do seu dever de transparência e prestação de contas à população.