Passaram seis meses desde que começou a invasão russa da Ucrânia, uma data que coincide com o 31.º aniversário da independência do país. Ao longo da manhã desta quarta-feira, foram vários os líderes ocidentais que felicitaram os ucranianos pelo Dia da Independência. António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, que enviou uma carta a Zelensky através de João Gomes Cravinho, que viajou até Kiev, foram dois deles. O Presidente norte-americano aproveitou a ocasião para anunciar um novo pacote de apoio: 2,98 mil milhões de dólares para a compra de equipamento para que a Ucrânia “possa continuar a defender-se a longo prazo”.

No teatro de operações, foram levados a cabo vários ataques à região central da Ucrânia pelas forças russas. Um míssil atingiu uma infraestrutura militar na cidade de Myrhorod, na região de Poltava, durante a manhã, e um projétil semelhante foi destruído pelos militares ucranianos na região de Cherkasy, revelaram os líderes locais. Na Rússia, Yevgeny Roizman, um conhecido membro da oposição, foi detido por criticar a guerra.

O Dia da Independência, ficou marcado por um ataque a uma estação ferroviária em Chaplyne, na região de Dnipropetrovsk. “Chaplyne é a nossa dor hoje. Neste momento há 22 mortos”, afirmou o Presidente da Ucrânia, acrescentando que as operações de resgate no local vão continuar.

O chefe de Estado garantiu que os “invasores” vão ser responsabilizados por tudo o que fizeram e serão expulsos do país. “Nenhuma mancha deste mal vai permanecer na nossa Ucrânia livre. Vamos fazer o nosso caminho para a vitória. Vai acontecer!”, sublinhou.

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O que aconteceu duranta a tarde e noite?

  • O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai na quinta-feira falar com o homólogo ucraniano, numa altura em que o país alerta para a possibilidade da Rússia realizar “referendos falsos” possivelmente nos próximos dias.
  • O jogo da Liga ucraniana de futebol entre o Rukh Lviv e o Melatist Kharkiv durou quatro horas e 27 minutos em vez dos 90 habituais, em virtude de vários alertas de ataque aéreo esta quarta-feira.
  • A polícia russa dispersou em Ekaterinburg, capital dos Urais, manifestantes que protestavam contra a detenção do ex-presidente da Câmara daquela cidade e opositor do regime russo, Yevgueni Roizman.
  • A Guarda Nacional russa deteve dois empregados da central nuclear de Zaporijia, no sul da Ucrânia, ocupada pelas forças russas, por transmitirem informação às Forças Armadas ucranianas sobre a localização de pessoal e equipamento no perímetro da central.
  • A primeira-ministra da Finlândia admitiu que o país “devia ter ouvido os países bálticos sobre a Rússia”, acrescentando que o país está preparado para aumentar as sanções devido à guerra.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros português foi recebido em Jitomir, na Ucrânia, ao som das sirenes de alarme aéreo e teve de se refugiar num abrigo, onde discutiu com as autoridades locais o apoio de Portugal para a reconstrução de escolas na região. João Gomes Cravinho já se tinha reunido com o Presidente da Ucrânia para falar sobre o fornecimento de fardas ao exército ucraniano.

O que aconteceu durante a tarde?

  • O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou pagamentos de 10.000 rublos, cerca de 166 euros, a famílias com filhos entre os 6 e 18 anos que vivem em territórios ocupados pelas forças russas na Ucrânia.
  • O Presidente da Ucrânia dirigiu-se, a partir de Kiev, ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, afirmando que a Rússia “colocou o mundo à beira de uma catástrofe radioativa”. Zelensky referia-se à situação na central nuclear de Zaporíjia, que tem sido alvo de várias ataques nas últimas semanas.
  • O secretário-geral da ONU assinalou como um marco “triste e trágico” os seis meses de guerra na Ucrânia, desencadeada pela Rússia, e lamentou a falta de responsabilização pelas graves violações de direitos humanos observadas no conflito em curso.
  • No Dia da Independência da Ucrânia, Boris Johnson fez uma visita surpresa a Kiev. O primeiro-ministro demissionário prometeu um novo pacote de assistência militar à Ucrânia no valor de 54 milhões de libras, cerca de 63 milhões de euros. O líder britânico foi homenageado com uma placa em seu nome no exterior do parlamento ucraniano.
  • O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) reuniu-se em Istambul com altos funcionários russos para discutir uma possível inspeção na central nuclear ucraniana de Zaporíjia, ocupada pela Rússia desde março.
  • A Rússia ofereceu uma recompensa de um milhão de rublos, 16.800 euros, por informações sobre o paradeiro de dois comandantes do batalhão nacionalista ucraniano Azov, que declarou recentemente como uma organização terrorista.

O que aconteceu durante a manhã?

  • No dia em que se assinala a independência da Ucrânia, foram vários os líderes ocidentais que congratularam o país e se mostraram solidários para com o povo ucraniano e a situação difícil pela qual atravessa, incluindo António Costa, que garantiu que Portugal permanece do lado dos ucranianos. 
  • Marcelo Rebelo de Sousa enviou uma carta de felicitações a Volodymyr Zelensky, defendendo a importância de Kiev “preservar as suas redobradas legítimas aspirações europeias. 
  • A missiva do Presidente português foi entregue “pessoalmente” pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, que viajou para Kiev para se reunir com o homólogo ucraniano. Dmytro Kuleba descreveu o encontro como uma conversa entre amigos que “estão preparados para se apoiar mutuamente”. 
  • O Presidente norte-americano Joe Biden juntou um novo pacote de ajuda militar à mensagem de felicitações: 2,98 mil milhões de dólares para a compra de equipamento para que a Ucrânia “possa continuar a defender-se a longo prazo”. “Sei que este Dia da Independência é agridoce (…) mas seis meses de ataques implacáveis apenas fortaleceram o orgulho dos ucranianos neles próprios, no seu país e nos seus 31 anos de independência”, declarou o Presidente.
  • O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, garantiu que a Aliança Atlântica vai continuar a ajudar a Ucrânia enquanto for necessário. “A Ucrânia vai triunfar”, afirmou. 
  • O mesmo foi declarado por Charles Michel, que deu certezas de que a União Europeia “está aqui” para apoiar a Ucrânia. “A vossa liberdade é a nossa liberdade. O vosso futuro é o futuro da União Europeia”, disse o presidente do Conselho Europeu. Já a presidente do Parlamento Europeu garantiu que o apoio “não vai ficar por aqui”. O mesmo foi dito pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. 
  • Nem o líder bieolurrusso, um dos principais aliados da Rússia, escapou ao coro de congratulações. Segundo a Nexta, Alexander Lukashenko desejou “céus pacíficos, tolerância, coragem, força e sucesso na reconstrução de uma vida decente”, cerca de um mês depois de ter acusado a Ucrânia de ter disparado mísseis em direção à Bielorrússia. 
  • Numa mensagem dirigida aos ucranianos, Volodymyr Zelensky destacou o impacto da guerra na política europeia e mundial, mostrando-se confiante de que, no futuro, “os livros de história vão ter o capítulo ‘O tempo em que a Ucrânia mudou o mundo’”.
  • Na mesma recente atualização sobre a guerra, o Ministério da Defesa do Reino Unido disse que o exército da Rússia “está significativamente degradado” e que a ofensiva no Donbass está a progredir lentamente. 
  • As forças russas levaram a cabo vários ataques na região central da Ucrânia. Um míssil atingiu uma infraestrutura militar na cidade de Myrhorod, na região de Poltava, durante a manhã, e um projétil semelhante foi destruído pelos militares ucranianos na região de Cherkasy. 
  • As autoridades russas detiveram Yevgeny Roizman, um conhecido membro da oposição na Rússia, por criticar a guerra da UcrâniaDe acordo com a agência de notícias TASS, Roizman está a ser investigado por “desacreditar o Exército russo”.