Uma nova pesquisa concluiu que “a implacável” propaganda pró-guerra do Kremlin estará a começar a aborrecer os espectadores russos. Moscovo continua a partilhar enormes quantidades de informação nos seus relatórios de guerra fazendo um quarto dos russos desligarem a televisão.
O jornal Moscow Times, citado pelo Telegraph, noticiou um estudo do centro de pesquisas independente Rosmir no qual se conclua que apenas 65% dos entrevistados assistem às estações televisivas russas, abaixo dos 86% que o faziam no início do conflito armado com a Ucrânia. O que significa que 25%, ou um quarto, dos que ainda viam as estações deixaram de acompanhar.
Os media estatais russos serão utilizados para tentar moldar a opinião pública e canais de televisão como TV Channel-1, Rossiya-1 e NT TV ligados ao governo divulgam notícias e análises pró-guerra. Os apresentadores de televisão, como por exemplo, Vladimir Solovyov, começam a tornar-se nomes conhecidos, realça o Daily Mail. Solovyov é mesmo considerada por analistas, incluindo Julia Davis (que segue os media russos), uma das defensoras do Kremlin.
Russia's top propagandist Vladimir Solovyov, twice honored by Putin for his "service to the Fatherland," threatens the US & Europe with nuclear war if they defend the Baltics from Russia. Solovyov's bombast falls flat when he asks for 100k North Koreans to help Russia in Ukraine. pic.twitter.com/6fwqxKMTHo
— Julia Davis (@JuliaDavisNews) August 18, 2022
Na estação televisiva estatal a maioria dos comentadores e analistas será pró-Kremlin e pró-guerra e não existem debates durante as transmissões. O The Telegraph avança que em relação às críticas “só são ouvidas as que consideram que o governo russo está a ser demasiado brando com os ucranianos“.
O Daily Mail indicou que várias pesquisas de opinião apontam que 55% dos russos são favor da invasão, uma redução em relação aos 66% de há alguns meses.
Com a diminuição das audiências em canais difusores de propaganda, o apoio à guerra parece ser menor. Segundo o The Telegraph, a simpatia com os objetivos do Kremlin tem vindo a decrescer à medida que a vida na Rússia começa a ficar cada vez mais difícil, devido às sanções do Ocidente.
Através de um outro estudo, o mesmo jornal verificou que o número de pessoas que vai jantar nos restaurantes de Moscovo decresceu para os mínimos de cinco meses, devido à subida dos preços dos produtos. Já a indústria cinematográfica deixa um aviso de que pode vir a fechar, sem apoios do estado, porque deixaram de distribuir os seus melhores êxitos.