A tendência tem sido de subida e pode, este ano, voltar a confirmar-se. Pelo menos a julgar pelos números atuais: até agosto, em Portugal já foram agredidos 1325 elementos da PSP e da GNR, o que significa que se registou uma média de seis agentes e militares agredidos por dia.

As contas são feitas esta quinta-feira pelo Jornal de Notícias. E podem ter várias explicações. Para os representantes destes profissionais, os vídeos que circulam, muitas vezes, nas redes sociais e mostram o momento das detenções (por vezes associados a queixas de excessos no uso da força da polícia) estão a condicionar a atuação dos agentes da PSP e militares da GNR.

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Uma vez que nesses casos, mesmo que a queixa seja injusta, o Ministério Público abre um inquérito e a GNR, pelo menos, instaura um processo disciplinar ao guarda em causa, isto acaba por ser “desmotivador”, resume ao mesmo jornal o dirigente da Associação dos Profissionais da Guarda, César Nogueira.

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A isto juntam-se garantias dos representantes de que na sociedade portuguesa, como um todo, estará registar-se mais “violenta”, além de haver uma sensação de impunidade gerada pelo baixo número de arguidos e condenações pelo crime de resistência e coação de funcionário (onde se enquadrariam estas agressões). Todos estes fatores explicarão que pelo menos desde 2018 a tendência seja mesmo de subida, o que, olhando para estes números parciais, poderá voltar a verificar-se um aumento anual quando se tiver os números totais de 2022.

Este ano, um dos casos mais mediáticos terá sido o de Fábio Guerra, o agente da PSP de 26 anos violentamente agredido à porta de uma discoteca em Lisboa, em março, que acabou por morrer vítima de lesões cerebrais graves.