De forma quase inevitável, Vitinha surgiu nas opções iniciais dos franceses do PSG como um dos nomes menos mediáticos entre a constelação de estrelas que sobrou depois da “limpeza” no último mercado. Na frente há Kylian Mbappé, Neymar e Messi, um dos ataques mais fortes do mundo. Atrás, campeão europeu Donnarumma, o capitão Marquinhos ou o regressado Sergio Ramos. Ao lado, Verratti, um dos jogadores com mais anos de casa e que faz parte da hierarquia de líderes dos parisienses. No entanto, ou também por isso, o antigo médio do FC Porto tem sido um dos principais destaques no grande arranque do campeão francês, tendo recebido elogios de companheiros de equipa ao próprio treinador nos últimos dias.

Mbappé e como 251 milhões por três anos podem ser um investimento e não um custo (a crónica do PSG-Juventus)

“O Vitinha é um jogador que nos impressionou a todos. Adaptou-se rapidamente, é muito, muito inteligente e atlético. E é dessa forma que consegue encontrar muitos espaços. Todos muito satisfeitos com ele e com a qualidade que tem mostrado, porque nos está a ajudar muito”, destacou o capitão do PSG, Marquinhos, antes do encontro frente ao Maccabi. “Desde que Verratti está aqui no PSG, obviamente é um jogador que dá bom equilíbrio, que gosta de recuperar a bola rapidamente, é muito bom tecnicamente, taticamente é inteligente para se movimentar onde é necessário. Há uma dupla a surgir com o Marco e o Vitinha”, salientou Christophe Galtier, treinador que já se tinha mostrado “surpreendido” com o médio.

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Renato Sanches (de fora da viagem a Israel por questões físicas, a parte de Kimpembé), Fabián Ruíz e Soler são outras das possíveis opções para o meio-campo mas o técnico parece ter encontrado há muito com o português ao lado do italiano a dupla ideal num sistema de 3x4x3 como o que implementou no PSG. Por aí, conversa fechada. Mas o mesmo não se poderá dizer no que toca à relação entre Neymar e Mbappé – aqui numa ótica literalmente de relação e não do que fazem ou não em campo. E essas notícias que são uma constante desde o início da época apesar do rendimento desportivo de ambos já chegaram a… Messi.

Segundo o jornal francês L’Équipe, o argentino terá falado com o brasileiro, com quem mantém relação desde os tempos do Barcelona, para lhe fazer ver que o francês tem a prioridade na marcação de grandes penalidades pela renovação de contrato até 2025, que alegadamente lhe dera esse “privilégio”. Num outro âmbito, e ainda de acordo com a mesma publicação, o contrato milionário de Mbappé termina em 2024 e não 2025 (o último ano é opcional e a decisão pertence ao jogador) e tem cláusulas que podem permitir que saia ainda antes. Em campo, Mbappé e Neymar continuam a bater recordes, sendo que os 15 golos em sete jogos da Ligue 1 encontram apenas paralelo em 1975/76 com Maillard e Chiesa. No entanto, o desafio parece continuar a ser a forma como coabitam na mesma equipa. O Maccabi era o próximo desafio.

Para quem achava que seria um mero passeio, os primeiros 45 minutos mostraram o contrário. Não só no resultado, em tudo. Mbappé, Neymar e Messi é que surgiam como as grandes estrelas ofensivas em campo mas era Tjaronn Chery, avançado do Suriname que já tinha estado em destaque na Luz, a fazer a festa com a bola na cabeça (foi assim que marcou o primeiro golo do jogo aos 24′), nos pés (Donnarumma evitou o segundo em cima do intervalo) e no peito, quando recebeu a bola e ficou a recrear-se como se o futebol fosse apenas uma festa sem balizas. Só mesmo Messi conseguiu evitar que os israelitas fossem na frente para o descanso, finalizando uma arrancada curta que deixou o defesa atrás descaído na esquerda (37′).

No segundo tempo, o Maccabi continuou a conseguiu discutir o jogo de igual para igual dentro das naturais diferenças entre ambos os conjuntos, voltando a ter mais algumas chegadas que podiam ter levado perigo para a baliza dos franceses. Só mesmo na última meia hora o PSG colocou de vez o pé no acelerador para chegar ao triunfo depois de várias oportunidades desperdiçadas, com Messi a assistir Mbappé para o remate cruzado que fez o 2-1 (69′) e Neymar a fechar as contas lançado em profundidade (88′). A vitória não se coloca em causa daquela que é de longe a melhor equipa mas as dificuldades criadas pela formação israelita e a forma como conseguiram criar ocasiões mostrou que o PSG está longe de ser imbatível.