Em plena crise da energia, a Assembleia da República juntou-se ao objetivo de “redução energética no país” e estabeleceu um conjunto de 23 medidas para poupar. Desde a promoção da utilização de transportes públicos nas deslocações de casa para o Parlamento, até à fachada principal às escuras durante a madrugada, mesmo na época natalícia, a Assembleia da República vai contar com os serviços, mas também com os trabalhadores para colocar em prática as metas.

Em causa estão maioritariamente medidas para implementação imediata, mas há também algumas em curso e outras em preparação. Segundo a nota recebida pelos grupos parlamentares, à qual o Observador teve acesso, vão ser privilegiadas as medidas de “implementação imediata” e destacam-se as áreas da eletricidade, hídrica e combustíveis.

A poupança na eletricidade está no topo da lista, com redução de lâmpadas no edifício e até de luzes acesas, com pedidos de atenção em salas de reuniões e grupos parlamentares. “Desligar iluminação da fachada dos edifícios, iluminação natalícia e iluminação decorativa dos claustros e escadarias (incluindo a principal) todos os dias, às 24 horas — com exceção dos holofotes que iluminam a bandeira nacional”, pode ler-se na primeira medidas das 23.

No mesmo sentido, a Assembleia da República irá adquirir iluminação LED e “reduzir em 50% o número de lâmpadas acesas de todos os candeeiros decorativos da escadaria nobre”, em 1/3 as pontos de iluminação acesos nos corredores e escadarias de todos os edifícios, com exceção no piso nobre do edifício principal. O Parlamento pretende ainda que todos os trabalhadores colaborem na hora de “desligar a iluminação em salas vazias“, seja de reuniões ou de gabinetes de trabalho.

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Relativamente aos refeitórios e restaurantes, o objetivo é que as luzes sejam ligadas “apenas cinco minutos antes da abertura” e que sejam desligadas após o encerramento, sendo que deverá haver espaço para reduzir 1/3 dos pontos de luz no refeitório.

Os equipamentos de climatização devem ser pré-definidos para uma “temperatura máxima de 25 graus, mínima de 20 graus e condições de humidade relativa a 30 e 70%”. Também nestes casos deverá uma atenção reforçada para que o sistema seja desligado quando as reuniões e gabinetes de trabalho estiverem “desocupados”.

A substituição das torneiras para materiais com sensor, a utilização das máquinas de lavar loiça “apenas com a carga completa” e a regulação de autoclismos para “caudais mínimos” também estão entre as propostas do Parlamento.

Haverá ainda medidas para responder a longo prazo, desde logo através da contratação de “fornecimento de energia elétrica de fontes maioritariamente renováveis“, a implementação de produção fotovoltaica para autoconsumo, a substituição de janelas no Palácio de São Bento por janelas energeticamente eficientes.

O Parlamento pretende ainda que os equipamentos energéticos e de refrigeração tenham a “etiqueta energética A ou B e/ou documentação sobre o consumo de energia sobre o Potencial de Aquecimento Global”.

Uma das 23 medidas passa pela promoção da utilização de transportes públicos nas deslocações (casa-trabalho-casa), um dos pontos que está “em preparação”, mas também se pretende aumentar os lugares de estacionamento para bicicletas e o número de carregadores para veículos elétricos.

Ainda sobre carros, duas sugestões para os motoristas e utilizadores deste meio de transporte: desligar as viaturas quando o carro está estacionado nos parques da Assembleia da República” e “lavar a seco as viaturas da frota da AR, sempre que adequado”.

O plano da da Assembleia da República para contribuir para a poupança energética está em linha com o Plano de Poupança de Energia desenhado pelo Governo, muito focadas na necessidade de apostar em mudanças no dia a dia, nomeadamente no que toca ao desligar de iluminações dentro e fora dos edifícios.

Menos iluminação natalícia, portas e janelas fechadas e teletrabalho recomendado. As medidas do Plano de Poupança de Energia