Logo depois da vitória contra o Tottenham, instantes após Cristiano Ronaldo deixar o relvado ainda antes do apito final, Erik ten Hag recusou comentar o episódio de forma imediata e garantiu que iria “lidar” com o assunto no dia seguinte. Algo que terá acontecido, já que o avançado português foi afastado da preparação para a visita deste sábado ao Chelsea. Esta sexta-feira, o treinador neerlandês quebrou o silêncio.

“A conversa que tivemos, se me perguntarem, é algo entre mim e o Cristiano. O comunicado [do Manchester United] também é claro. Ele continua a ser um jogador importante para o plantel”, começou por dizer Ten Hag, que recordou o jogo particular da pré-época em que Ronaldo já tinha deixado Old Trafford com o encontro a decorrer. “Sou o treinador, sou responsável pela cultura que temos aqui e tenho de definir padrões e valores, tenho de controlá-los. Já o que aconteceu com o Rayo Vallecano foi inaceitável e ele não foi o único. Eu deixei o aviso de que, na próxima vez, haveria consequências”, explicou o técnico.

Um pedido de desculpas não apaga sete pecados mortais: treino à parte, multa milionária e porta de saída aberta para Ronaldo

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“Jogamos juntos, o futebol é um desporto de equipa. Vamos sentir a falta dele amanhã. É uma falta para o plantel mas é importante para a atitude e mentalidade do grupo. Agora temos de nos focar no Chelsea, que é o mais importante”, terminou Erik ten Hag, que respondeu com um simples e claro “sim” quando questionado sobre se Cristiano Ronaldo recusou mesmo entrar no jogo contra o Tottenham nos últimos minutos.

De recordar que, já ao início da noite desta quinta-feira, o capitão da Seleção Nacional difundiu um comunicado nas redes sociais onde assumia o erro e garantia a manutenção do compromisso com o Manchester United. “Não mudei. Sou a mesma pessoa e profissional que tenho sido nos últimos 20 anos a jogar futebol de alto nível e o respeito sempre desempenhou um papel muito importante no meu processo de tomada de decisão […] Procurei sempre dar o exemplo aos jovens que cresceram em todas as equipas que representei. Isso nem sempre é possível e às vezes o calor do momento leva a melhor. Neste momento, sinto que tenho que continuar a trabalhar duramente em Carrington, a apoiar os meus companheiros e estar pronto para tudo em qualquer jogo. Ceder à pressão não é uma opção. Nunca foi. Este é o Manchester United e unidos devemos ficar. Em breve estaremos juntos novamente”, escreveu Ronaldo.

Antes, o clube inglês tinha emitido uma curta nota onde anunciava então que o português tinha sido afastado dos trabalhos de preparação para a visita ao Chelsea, assim como do próprio jogo em Stamford Bridge. O The Athletic acrescentou que Ronaldo deve mesmo ser colocado a treinar à parte durante alguns dias, sendo também quase certa a aplicação de uma multa de avultado valor. Pelo meio, o cenário de uma saída de Old Trafford já em janeiro, no mercado de inverno e num contexto pós-Mundial do Qatar, torna-se cada vez mais real.

Ronaldo passou de titular a suplente não utilizado e não esperou pelo final do jogo para recolher ao balneário. Pelo meio, o United venceu