A publicação mais recente, aquela que surge no início da conta oficial, é de 9 de outubro. “A juventude iraniana está a liderar uma revolução contra 44 anos de ditadura. O mundo precisa apoiá-la e honrar a sua coragem.” O rapper Kanye West, que agora se apresenta com o nome Ye, tinha sido banido nessa mesma data da rede social. O motivo? Uma publicação anti-semita.

“O pássaro foi libertado.” Elon Musk já é dono do Twitter e afasta diretores

Na altura, Kanye tinha acabado de regressar ao Twitter depois de uma ausência de quase dois anos. O multimilionário Elon Musk mostrou-se satisfeito com o regresso do cantor e agora, quando fechou mais um negócio, mostra o quanto preza a presença de Ye no Twitter. No dia em que comprou a rede social, uma das suas primeiras decisões foi reativar a conta bloqueada do cantor norte-americano.

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https://twitter.com/kanyewest/status/1578972736957059072

Apesar disso, Kanye West continua em silêncio e ainda não escreveu as 140 letras a quem tem direito, o máximo de caracteres que permite cada publicação do Twitter.

Em jeito de recado — depois de Elon Musk ter tweetado “o pássaro foi libertado” — Thierry Breton, comissário europeu para o Mercado Interno, lembrou que “na Europa, o pássaro voará de acordo com as nossas regras europeias”. Em causa está a Lei dos Serviços Digitais da União Europeia que obriga à moderação dos comentários, entre outras exigências. As multas são pesadas e podem ir até 6% das vendas anuais em caso de incumprimento.

Esta sexta-feira, numa conferência de imprensa a propósito do livro que lançou, o músico australiano Nick Cave falou de Kanye West, dizendo que o considera o maior artista da sua geração. “Mas o antissemitismo é lamentável. Esta pessoa precisa mesmo de descer tão baixo? É muito desapontante, e durante algum tempo vou ter dificuldades para ouvir um disco do Kanye”.

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Antes da polémica no Twitter, Kanye West usou uma t-shirt onde se lia “White Lives Matter” durante um desfile de moda em Paris, tornando-se alvo de duras críticas. A frase é usada por supremacistas brancos como resposta à frase “Black Lives Matter” usada por movimentos antiracismo.