A capacidade dos alunos do 2.º ano interpretarem um texto que estão a ouvir caiu para metade, de acordo com os resultados das provas de aferição divulgados pelo jornal Público. Os resultados de Matemática estão melhores em quase todos os indicadores avaliados, de acordo com os dados adiantados pelo Ministério da Educação ao diário — mas ainda não publicados oficialmente.

No final do ano letivo 2021/2022, apenas 41,1% dos alunos do 2.º ano responderam corretamente (ou com pequenas dificuldades) à prova de desempenho oral — contra 83,8% em 2019. Em entrevista ao mesmo jornal, o ministro da Educação, João Costa, destaca que a leitura é uma das apostas do Plano de Recuperação e Aprendizagens.

No 1.º ciclo, as medidas com mais implementação são a aprendizagem na leitura e os rastreios auditivos e visuais, com uma taxa de implementação de 95% e abrangendo por vezes crianças do pré. No 2.º ciclo mantém-se a prevalência das medidas de apoio à leitura e a constituição de equipas educativas”, diz João Costa na entrevista.

Na Matemática, quase todos os subdomínios melhoraram os resultados, com exceção da organização e tratamento de dados no 2.º ano e álgebra no 5.º ano. O ministro lembra que entram este ano em vigor as novas aprendizagens essenciais no ensino básico, um programa que terá formação de professores e materiais didáticos para dificuldades específicas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Entrevista a João Costa, ministro da Educação. “Quando há baixas médicas irregulares, reporta-se à Justiça. É isso que compete fazer”

Na entrevista ao jornal Público, João Costa diz-se “moderadamente animado” com os resultados positivos da recuperação de aprendizagens e a adesão das escolas ao programa, mas assume que os resultados não são transversais e que “o ensino secundário é o que tem taxas mais elevadas de insucesso e aquele que tem uma taxa mais baixa de implementação de medidas do Plano de Recuperação das Aprendizagens por parte das escolas”.

O ministro da Educação admite que, à semelhança do que se verificou durante a pandemia de Covid-19, os exames do secundário podem ficar definitivamente como prova de acesso ao ensino superior. “Estamos em diálogo com o ensino superior para tomar uma decisão de uma forma mais permanente. A nossa vontade é que seja definido até ao final do 1.º período.”

7.952 milhões de euros para o ensino nos vários órgãos de soberania

O ministro da Educação, João Costa, diz que existem 7.952 milhões de euros destinados ao ensino no Orçamento do Estado, mas que não estão apenas alocados ao ministério, estão também no poder local devido à descentralização. A resposta surge numa entrevista ao Público em dia de greve nacional dos professores.

Fazendo as contas, aquilo que vemos é que o que está na descentralização é superior àquilo que sai na Educação, ou seja, nós temos um saldo na Educação que sobe cerca de 300 milhões de euros, em termos comparados”, disse o ministro da Educação ao Observador, numa entrevista publicada a 13 de outubro.

Os professores estão em greve, esta quarta-feira, precisamente para se manifestarem contra o Orçamento do Estado de 2023, que prevê 6,9 mil milhões de euros para o ensino básico e secundário e administração escolar, escreveu a Lusa. A greve coincide com o ida do ministro da Educação ao Parlamento para discussão do orçamento na especialidade.

Professores entram esta quarta-feira em greve contra o Orçamento de Estado 2023