O Chega acredita que fazer perguntas ao primeiro-ministro sobre a resolução do Banif e o afastamento da empresária Isabel dos Santos do BIC “só vai atrasar e dificultar ainda mais a descoberta da verdade”, temendo que se trate mesmo de “uma manobra dilatória”.

André Ventura diz que o partido vai avançar com proposta de comissão de inquérito para plenário — terá chumbo certo tendo em conta a maioria socialista — onde vai tentar ter o apoio de todos os partidos “para ficar claro que o PS está isolado nesta matéria”.

Em declarações aos jornalistas, André Ventura diz que está a fazer diligências junto do PSD e da IL, para que aprovem a proposta do Chega e que fará o mesmo junto dos partidos da esquerda, procurando o “apoio massivo do Parlamento”.

O Chega podia tentar reunir as 46 assinaturas necessárias para avançar com um inquérito parlamentar obrigatório, mas o PSD (que seria necessário para chegar a esse número) não se mostrou interessando em acompanhar o partido de André Ventura, tal como explicava aqui o Observador.

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PSD não avança com comissão de inquérito à banca contra António Costa

Os sociais-democratas preferiram avançar via requerimento direto ao primeiro-ministro, com 12 perguntas. Ventura mantém esperança que mais à frente possam entender-se sobre a matéria, mas agora diz que a urgência é outra e teme mesmo que esta posição do PSD seja uma “manobra dilatória para evitar investigar um caso tão grave como este”.

O Chega já entregou no Parlamento a sua proposta de comissão de inquérito ao processo de resolução do Banif, desde o início até ao fim, e à “interferência do Governo de António Costa na banca”, nomeadamente na “proteção de Isabel dos Santos que tem um mandado de captura internacional”.

“Conforme os dias vão passando, o assunto vai ficando menos na ordem do dia e as questões vão-se dissipando”, diz André Ventura sobre a urgência de avançar com o inquérito parlamentar. E avisa já que a intenção é que possam ser ouvidos no Parlamento o antigo governador do Banco de Portugal, mas também o atual, ex-ministros e também o primeiro-ministro, por escrito (uma prerrogativa que lhe assiste nestas situações.

PSD faz 12 perguntas ao primeiro-ministro sobre afastamento de Isabel dos Santos e processo Banif