Carlos Queiroz voltou a protagonizar um novo incidente com a comunicação social. O selecionador do Irão tem sido muito crítico das perguntas que têm sido dirigidas aos jogadores iranianos durante o Mundial de 2022 relacionadas com os protestos que têm assolado o país nos últimos dois meses desde a morte da jovem Mahsa Amini e esta quinta-feira, no final da conferência de imprensa de antevisão ao jogo entre Irão e País de Gales (que os iranianos venceram por 2-0) confrontou a correspondente da BBC no Qatar. 

Após uma sessão de perguntas que, mais uma vez, foi dominada pelo tema dos protestos, Queiroz dirigiu-se à jornalista Shaimaa Khalil e questionou o porquê de aquele tipo de questões não serem dirigidas a outras seleções. “Porque não pergunta a outros treinadores? Porque não perguntam a Southgate [selecionador de Inglaterra] ‘o que pensa da Inglaterra e dos Estados Unidos, que abandonaram o Afeganistão e todas as mulheres lá?’ Porque não pergunta isso?”, inquiriu o treinador.

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Já durante a conferência de imprensa, Queiroz criticou a “imprensa ocidental hostil” e questionou se as perguntas dirigidas à sua seleção são justas.

A imprensa tem o direito de perguntar. Para nós não há problema, mas é importante que, se vos respeitamos, nos respeitem. Não há mal nenhum que a imprensa pergunte o que queira, temos a liberdade de responder ou não”, sustentou o selecionador de 69 anos.

Na mesma conferência de imprensa, o avançado do FC Porto, Mehdi Taremi, garantiu que os jogadores não estavam sob nenhum tipo de pressão, e estavam apenas concentrados em “jogar futebol”.

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Os protestos pela morte de Mahsa Amini têm sido o tema central nas conferências de imprensa da seleção do Irão desde o início do Mundial no Qatar. A jovem, de 22 anos, foi morta pelas autoridades em setembro por não usar o hijab (véu islâmico) da forma correta. De lá para cá, as manifestações têm sido alvo de uma forte repressão por parte das forças de segurança iranianas. As últimas estimativas apontam para 342 mortes e mais de 15.000 detenções, de acordo com dados da organização não-governamental Iran Human Rights.

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