Uma onda de protestos em defesa dos direitos das mulheres iranianas marcou o jogo do Irão frente ao País de Gales. Na bancada do Estádio Ahmed bin Ali, em Al-Rayyan, uma adepta ergueu uma camisola da seleção com o nome de Mahsa Amini e com o número 22 em referência à idade que a jovem tinha quando morreu enquanto estava sob custódia da polícia do país do Médio Oriente. A segurança do estádio abordou a mulher e há relatos de que a camisola foi confiscada. 

No código de conduta dos estádios do Mundial, a FIFA proíbe a posse de “qualquer material de natureza política, ofensiva ou discriminatória que contenha palavras, símbolos ou qualquer outra forma de discriminação” e também de “outros objetos que possam comprometer a segurança pública”. Ainda que a informação conste de um documento alargado onde se podem ler as regras dos recintos desportivos do Mundial, o impedimento não faz parte do Guia para Adeptos que a FIFA criou para o torneio.

A mulher com a camisola de Mahsa Amini tinha a cara pintada com lágrimas vermelhas. Junto da adepta encontrava-se um homem com uma bandeira onde se podia ler “Women, Life, Freedom” (Mulheres, Vida, Liberdade). Mahsa Amini tornou-se num símbolo da luta pelos direitos das mulheres no Irão e levou a protestos intensos contra o regime do país.

A Reuters relata que fora do estádio já tinham acontecido incidentes. A agência noticiosa relata que um homem com uma camisola a dizer “Women, Life, Freedom” (Mulheres, Vida, Liberdade) foi escoltado por três seguranças até ao estádio.

Em campo, os jogadores da seleção comandada por Carlos Queiroz voltaram a cantar o hino nacional do país, ao contrário do que tinham feito no jogo inaugural diante da Inglaterra. Enquanto a música tocava, foram visíveis várias pessoas afetas ao Irão a chorar. A seleção iraniana venceu o jogo por 2-0 com golos de Cheshmi e Rezaeian, ambos conseguidos para lá do minuto 90.

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