No dia em que se assinala o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, a vereadora independente Paula Marques denuncia a falta de plano municipal de combate à violência doméstica e de género em Lisboa. “Não se entende”, diz a vereadora, lembrando que “Lisboa foi a primeira cidade a ter um plano de de combate à violência doméstica e de género, não pode deixar de ter este instrumento.”

“O plano existente acabou o seu prazo de vigência em 2021 e desde então não tem havido informação sobre a estratégia municipal, nem isto mesmo se vislumbra na atual proposta de orçamento apresentada pelos Novos Tempos”, aponta Paula Marques, frisando os números revelados pela UMAR que apontam que desde o início do ano já houve “22 mortes, 48 tentativas de assassinato e 26 mil denúncias de violência doméstica”.

“São números com rostos e nomes. Só 7% das denúncias é que chegam a condenação e, dessas, a maior parte fica com ena suspensa. Isto é uma mensagem que não podemos admitir que continue a ser transmitida aos agressores”, aponta a vereadora lisboeta, lembrando que “as razões para a violência sobre mulheres são várias e continuam”.

No plano internacional, Paula Marques aponta os exemplos da “luta das mulheres iranianas” como rosto da causa e a Polónia ou os Estados Unidos onde “o direito das mulheres decidirem sobre o próprio corpo regride.”

“A precariedade no trabalho, os baixos salários, a falta de igualdade e as questões de assédio e violência sexual, o machismo que ainda se mantém. Tudo isto se acentua em épocas de crise, como a atual, pelo aumento da inflação nos preços de bens essenciais, que retira qualidade de vida às pessoas, em especial das mais vulneráveis e que tem menos recursos”, lembra Paula Marques que participa esta sexta-feira numa das manifestações organizadas no país para assinalar a data.

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