“Traída.” É assim que a ex-vice-presidente do Parlamento Europeu, Eva Kaili, se sente após ter ficado em prisão preventiva por suspeitas de corrupção e de branqueamento de capitais e por ter sido destituída do cargo e expulsa do seu grupo político.
À Reuters, o advogado de Eva Kaili, o grego Michalis Dimitrakopoulos, contou que apenas na terça-feira a ex-vice-presidente — detida na passada sexta-feira — decidiu “quebrar o silêncio”. “Ela queixou-se sobre as posições dos seus colegas do Parlamento Europeu”, afirmou, acrescentando que a eurodeputada socialista “se sente traída”.
Os colegas do Parlamento Europeu estão a passar a imagem de que Eva Kalli tem uma “agenda pessoal relacionada com o Qatar” e “insinuam que ela estava a aceitar subornos”, algo que a ex-vice-presidente da instituição comunitária nega ter acontecido.
Eva Kaili declara-se inocente e nega ter recebido dinheiro do Qatar
As declarações do advogado de Eva Kaili surgem no dia em que a polícia belga decidiu revelar as imagens das malas de dinheiro apreendidas na sequência do Qatargate. Na conta do Twitter da Polícia Federal, vê-se — no canto superior direito — o trolley com que o pai da ex-vice-presidente do Parlamento Europeu, Alexandros Kailis, se preparava para fugir.
Dans le cadre d’un dossier du Parquet Fédéral de suspicions de corruption, visant des personnes actives au sein du Parlement européen, la Police Judiciaire Fédérale a saisi près d’1,5 millions d’euros lors de perquisitions menées en région bruxelloise. pic.twitter.com/2UfK2zNtnm
— Police Fédérale (@policefederale) December 14, 2022
“No âmbito do processo aberto pela Procuradoria-Geral Federal sobre corrupção de membros do Parlamento Europeu, a Polícia Judiciária Federal apreendeu cerca de 1,5 milhões de euros em buscas efetuadas na região de Bruxelas”, informaram as autoridades belgas.