O chefe do Governo de Macau defendeu esta terça-feira que o relaxamento da polícia “zero Covid” vai permitir o regresso à normalidade e a recuperação da economia do território.
“Com o relaxamento progressivo das restrições de circulação de pessoas, a assinatura dos contratos de concessão” de jogos em casino, e com “o desenvolvimento adequado e diversificado da economia” e “o firme apoio da grande Pátria”, Macau vai “ultrapassar as dificuldades e criar um novo cenário de desenvolvimento”, considerou o líder da região, Ho Iat Seng, por ocasião do 23.º aniversário do estabelecimento da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).
O território seguia a polícia chinesa “zero Covid”, tendo contabilizado, desde o início da pandemia, 13 mortos e mais de mil casos confirmados, mas agora as autoridades passaram de medidas de prevenção e controlo da doença para apostar no tratamento médico, de modo a proteger a saúde da população e reduzir a taxa de casos graves e de morte, indicou.
Ho Iat Seng lembrou que nos últimos três anos, a pandemia causou “severos impactos” económicos na RAEM e “a descida drástica da economia atingiu de forma severa e sem precedentes a vida profissional e quotidiana dos residentes”, acrescentando que o Governo apoiou os residentes com mais de 100 mil milhões de patacas (11,7 mil milhões de euros), durante aquele período.
No novo ano, o Governo vai promover a recuperação económica, empenhando-se “na melhoria das condições de vida da população e na resolução dos conflitos e problemas profundamente enraizados e inerentes ao desenvolvimento socioeconómico”, disse.
“Iremos avançar, de forma vigorosa e corajosa, e impulsionar a realização contínua de novos progressos em todas as vertentes na RAEM, dando novos contributos para a promoção, de forma abrangente, do grande rejuvenescimento da nação chinesa com uma modernização de estilo chinês“, sublinhou.
O Governo tem vindo “a promover proativamente várias indústrias”, como a de “big health”, a indústria financeira moderna, a indústria da tecnologia de ponta, as indústrias de convenções e exposições e comercial e as indústrias cultural e desportiva, tendo em vista o enriquecimento do conteúdo do Centro Mundial de Turismo e Lazer e a promoção ordenada do desenvolvimento adequado e diversificado da economia”, indicou.
A revisão da lei do jogo e os novos contratos de concessão do jogo em casino vão proporcionar “bons alicerces para o desenvolvimento saudável e ordenado do setor (…) nos termos da lei”, destacou, sobre o principal motor da economia do território.
O jogo representa cerca de 80% das receitas do Governo e 55,5% do Produto Interno Bruto (PIB) de Macau, numa indústria que dá trabalho a mais de 80 mil pessoas, ou seja, a 17,23% da população empregada, mas, desde o início da pandemia, as operadoras no território têm acumulado prejuízos sem precedentes devido à queda do número de visitantes.
Tendo em vista a diversificação da economia, a aposta em elementos não jogo foi uma das exigências das autoridades para a renovação das licenças das seis concessionárias, a partir de 01 de janeiro de 2023.
MGM, Galaxy, Venetian Macau, Melco, Wynn e SJM, do falecido magnata Stanley Ho, comprometeram-se a aplicar mais de 100 mil milhões de patacas (11,7 mil milhões de euros) em elementos não jogo e de 10 mil milhões de patacas (1,17 mil milhões de euros) em jogo.