António Costa, Augusto Santos Silva e Eurico Brilhante Dias foram os protagonistas do jantar de Natal do grupo parlamentar do PS, com uma garantia que fica para 2023: o programa da maioria absoluta é “para cumprir”, “sem ansiedades” e “sem se esgotar nas crises” e sobretudo é para levar até ao fim dos quatro anos.

António Costa apareceu com o fato de primeiro-ministro vestido, ou seja, com gravata, e, aproveitando o mote dado por Eurico Brilhante Dias, assegurou que “não há ansiedades em cumprir tudo no primeiro ano”. Sempre com uma estrela guia muito especial: as contas certas, que vão permitir “outra tranquilidade” e a possibilidade de cumprir o programa eleitoral.

No balanço do ano, António Costa garantiu que o Governo “cumpriu tudo aquilo com que se tinha comprometido”, incluindo a adoção “de todas as medidas extraordinárias”. “Já gastámos tanto em medidas de apoio à inflação como em medidas extraordinárias de apoio à pandemia”, insistiu.

Ainda assim, o chefe de Governo não deixou esquecer a importância das contas certas, “essenciais para responder à crise e à inflação”. Com o ministro das Finanças a assistir — sentado ao lado da deputada Marta Temido –, Costa usou os sete anos de experiência para deixar um sinal de confiança contra todos os que vaticinam um mau futuro aos socialistas: “As previsões são sempre surpreendidas por uma realidade acima da melhor expectativa”.

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Para António Costa, de resto, o caminho do reforço económico é pedra de toque e “a aproximação a Espanha e a França” no que toca ao peso da dívida pública “dará outra tranquilidade” às contas do país. Tudo para chegar ao objetivo final: cumprir o programa de governo da maioria.

Santos Silva: “O PS deve exercer a responsabilidade da maioria sem temor”

Num jantar para deputados, que teve que mudar de local — para o Zambeze –, devido ao crescimento do grupo parlamentar, António Costa deixou uma mensagem para dentro e para fora: “Estamos cá para cumprir um mandato de quatro anos e não vivemos na ansiedade de cumprir no primeiro ano o que temos que cumprir em quatro”.

O mote já tinha sido dado pelo líder parlamentar, Eurico Brilhante Dias, e António Costa reforçou a tese de que a maioria é mesmo para ser utilizada para implementar as políticas que os “portugueses escolheram“.

Os dois — António Costa e Eurico Brilhante Dias — esforçaram-se por dar vário exemplos de como o PS tem estado aberto às outras forças políticas. Para além dos acordos de médio prazo com a concertação social e com a função pública, António Costa recordou o acordo com o PSD para a escolha da localização do novo aeroporto como prova de que o PS não está fechado em si mesmo.

Num toque de motivação à bancada, António Costa alertou que o PS “não se pode deixar consumir na gestão de crises“, mas reconheceu o óbvio, servindo-se do que Marcelo Rebelo de Sousa dissera horas antes: “Os políticos não servem apenas para dar as boas noticias”.

Augusto Santos Silva também já tinha deixado a mesma pergunta no ar. O presidente da Assembleia da República chegou a perguntar, de forma retórica, “o que queriam que o PS fizesse” senão gerir crises “quando elas estão aí”. “O PS deve exercer a responsabilidade da maioria absoluta sem temor. As pessoas sabem que o PS está com elas”.