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As autoridades russas terá sentenciado um soldado a um ano e oito meses de prisão por ter recusado combater na Ucrânia, no âmbito da mobilização parcial convocada em setembro na Rússia.

O jornal independente Meduza revelou que o tribunal da cidade de Petropavlovsk-Kamchatsky condenou o russo Alexey Breusov que se negou a participar nas atividades militares após receber uma convocatória.

“Fomos detidos ilegalmente”: soldados russos dizem ter sido presos por se recusarem a lutar

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De acordo com os registos do caso, publicados no mês de outubro, Breusov, “tendo conhecimento da mobilização declarada na Rússia, e não querendo participar nas atividades militares, recusou partir para a zona da ‘operação militar especial’ de acordo com as ordens do comandante da sua unidade”.

O soldado já recorreu da sentença e deverá ser ouvido no próximo mês, aponta o Novaya Gazeta.

A “mobilização militar parcial” foi anunciada pelo Presidente Vladimir Putin a 21 de setembro, convocando milhares de russos para combater na linha da frente na Ucrânia.

As horas que se seguiram foram marcadas por protestos e, em poucas horas, subiu a pique uma tendência de pesquisas no Google para comprar voos, procurar saber “como partir um braço” ou “como sair da Rússia”. Nas semanas seguintes multiplicaram-se fotografias de filas de russos nos aeroportos e do elevado trânsito nas fronteiras da Rússia com os países vizinhos.

A par da mobilização, a Rússia aprovou penas mais pesadas para desertores das Forças Armadas através de alterações ao Código Penal. Também foram introduzidas na lei as expressões “mobilização”, “lei marcial” e “tempo de guerra”.

Rússia introduz as expressões “mobilização” e “lei marcial” no Código Penal

Os novos artigos preveem agora até 10 anos de prisão para desertores e para aqueles que se rendam sem autorização dos superiores, bem como uma pena até 15 anos de prisão para saqueadores. As penas são agravadas no caso de os crimes serem cometidos “durante o período de mobilização ou lei marcial, em tempo de guerra”, refere o jornal Moscow Times.

O caso de Alexey Breusov não será único e vão surgindo relatos de soldados detidos por desafiarem os seus superiores e se posicionarem contra os combates na Ucrânia. Em agosto, um militar russo revelou ao The Guardian como 25 soldados da sua unidade foram detidos numa divisão sem acesso a comida por se recusaram a lutar.

Não é conhecido o número de pessoas que recusaram combater ou desertaram ao longo dos dez meses de guerra na Ucrânia. Até agora foram tornadas públicas as histórias de dois soldados russos que viraram costas à guerra e, refugiados em países europeus, denunciaram os crimes cometidos pelas unidades do Kremlin.

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