O vocalista da banda musical Aerosmith, Steven Tyler, é alvo de um processo em tribunal lançado por uma ex-namorada que chegou a viver com o cantor nos anos 70, quando tinha 16 anos e Tyler 27. O cantor, que hoje tem 74 anos, é acusado de ter abuso sexual da (então) menor, Julia Holcomb, e de a ter coagido a fazer um aborto.
De acordo com a acusação, noticiada pela revista Rolling Stone, Steven Tyler terá tido um envolvimento com a queixosa quando esta tinha 16 anos. O cantor terá persuadido a mãe de Julia Holcomb a passar para Tyler a sua guarda legal – o que fez com que a queixosa fosse viver com Steven Tyler. Enquanto menor, segundo a acusação, Julia Holcomb manteve uma relação sexual com o cantor que durou cerca de três anos, até 1973.
O caso não é totalmente novo porque a mesma Rolling Stone já tinha referido o nome da pessoa que aparece no livro de memórias de Steven Tyler como a “noiva adolescente” que o cantor escreveu ter estado quase a levar a casamento. “Os pais dela apaixonaram-se por mim, assinaram um papel para que eu passasse a ter custódia dela, para que não fosse preso se saísse do estado com ela – eu levei-a comigo numa tournée“, escreveu Tyler, sem especificar o nome da mulher que foi, depois, identificada pela Rolling Stone.
O processo judicial refere várias partes do livro que, segundo a acusação, comprovam a natureza da relação de Tyler com Julia Holcomb. Mas vai mais longe: refere que a relação entre os dois quando Julia engravidou e Steven Tyler a obrigou a abortar. Os dois ter-se-ão conhecido quando Julia tinha acabado de fazer 16 anos, numa noite após um concerto dos Aerosmith em Portland. Tyler terá conhecido Julia Holcomb e levou-a para o quarto de hotel, onde ficou a saber a idade que ela tinha e a ouviu falar sobre os problemas que ela tinha em casa, com os pais. Depois, seguiram-se atos sexuais, iniciando-se uma relação que durou pelo menos três anos.
“Quero que este processo coloque em evidência uma indústria que protege as celebridades que cometem crimes, uma indústria que explora e permitiu que eu fosse explorada ao longo de vários anos – eu e tantos outros miúdos e adultos ingénuos e vulneráveis”, afirmou a queixosa num comunicado citado pela Rolling Stone.