A Renault não atravessa o melhor momento comercial e, em caso de dúvidas, basta ver onde surgem os seus modelos mais populares nos rankings das vendas. O Zoe, que já liderou o mercado, desapareceu dos primeiros lugares entre os eléctricos, enquanto o Clio, que durante anos foi o segundo das vendas europeias, logo a seguir ao incontestado Volkswagen Golf, deixou igualmente de aparecer entre os mais vendidos. Mas tudo indica que isto é apenas uma estratégia de longo prazo implementada por Luca de Meo, o novo CEO que prepara já a grande aposta para um futuro 100% eléctrico, que começou com o Mégane E-Tech em 2022, mas que promete ser reforçada em breve com o R5 (2024), o R4 e o Scénic, ambos em 2025.

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A abordagem da Renault – que, enquanto grupo, integra igualmente a Alpine, a Dacia e a Samsung Motors – para produzir veículos eléctricos eficientes e rentáveis, passa por dotá-los com plataformas específicas para este tipo de tecnologia, desenvolvidas no seio da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, que permitam optimizar o espaço interior face ao comprimento total. Simultaneamente, pretende reduzir o peso e os custos, ainda que isto obrigue a adaptar por completo as fábricas actuais, com custos consideráveis.

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Mas a Renault vai mais longe e quer colocar todos os trunfos do seu lado, aparentemente adoptando soluções similares às da Tesla, que passam por fabricar os seus próprios motores e células para as baterias, para controlar todas as tecnologias de que necessita para que os seus modelos batam a concorrência. O último exemplo do rumo determinado por Luca de Meo é a aposta nos sistemas eléctricos a 800V (em vez dos habituais 400V), que potencialmente permitem recarregar as baterias a potências superiores, sem as submeter a esforços mais elevados, por a intensidade da corrente (medida em amperes) permanecer a mesma e apenas a tensão (em volts) aumentar.

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Apostada em produzir exclusivamente veículos eléctricos a partir de 2030, cinco anos antes do limite imposto pela União Europeia, a Renault está a desenvolver a arquitectura de 800V em colaboração com a Valeo. A marca francesa projecta estrear esta nova tecnologia em 2027, quando começarem a surgir os modelos eléctricos com maiores dimensões e espaço para baterias a condizer. Quer isto dizer que os R5, R4 e Scénic, à semelhança do que já acontece com o Mégane E-Tech, continuam a depender da arquitectura a 400V, para os 800V estarem reservados para as baterias maiores, provavelmente até para as instaladas em veículos comerciais, pois também eles beneficiarão de um menor tempo de carregamento.

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