Os fundos com os ativos milionários de Roman Abramovich, oligarca russo e antigo dono do Chelsea cujo império ficou ameaçado pelas sanções impostas por países ocidentais em resposta à invasão da Ucrânia, foram alterados para que a propriedade fosse transferida para os filhos. E isso aconteceu ainda antes de Roman Abramovic ter sido alvo de sanções.
A notícia foi avançada esta sexta-feira pelo The Guardian, que teve acesso a documentos secretos que comprovam as transferências. De acordo com a informação que consta nesses arquivos, três semanas antes do início da guerra na Ucrânia e poucos dias depois de vários países terem ameaçado os oligarcas russos com sanções em caso de invasão, os 10 fundos em offshore ao serviço do oligarca foram reorganizados.
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Os documentos terão sido obtidos depois de ter sido lançado um ataque informático a uma empresa de serviços offshore sediada no Chipre com quem Roman Abramovich trabalharia. O multimilionário também detinha fundos na ilha Jersey, que fica entre Inglaterra e França. Os conteúdos dessas contas ficaram assim em nome dos seis filhos de Abramovich, um dos quais ainda menor e com apenas nove anos.
Os movimentos sugerem que essa reorganização foi uma estratégia de Roman Abramovich para proteger o património e evitar o congelamento de ativos. Os novos beneficiários desses fundos são agora os filhos do empresário, que detêm assim o equivalente a 3,8 mil milhões de euros em casas de luxo, iates, helicópteros e jatos privados, enumera o The Guardian.
Neste momento, e depois ter sido considerado um oligarca alinhado com o regime de Vladimir Putin (algo que sempre negou), Roman Abramovich — que também tem nacionalidade portuguesa e israelita — é alvo de sanções pelo Reino Unido e União Europeia desde março do ano passado. Como recorda o The Guardian, os Estados Unidos não impuseram sanções a pedido da Ucrânia, uma vez que o oligarca estaria envolvido nas negociações com a Rússia como mediador não oficial.
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