O presidente Associação de Turismo do Porto e Norte (ATPN) defendeu esta sexta-feira que parte da receita da Taxa Municipal Turística do Porto de 2022, estimada em 15 milhões de euros, deveria ser direcionada para a promoção externa da região.

Na segunda-feira, a Câmara Municipal do Porto avançou à Lusa que a receita da Taxa Municipal Turística (TMT) do Porto em 2022 deve ser de 15 milhões de euros, mais do triplo da receita registada em 2021 (4,8 milhões de euros), e igualando valores pré-pandémicos.

Em entrevista à agência Lusa, no âmbito da recente eleição para presidente da ATPN para o triénio 2023-2015, Luís Pedro Martins, que acumula a presidência com a entidade da Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), declarou que sempre defendeu que uma parte da TMT do Porto deveria “reverter para o turismo da região para promoção externa”, a exemplo do que faz a cidade de Lisboa, ou que estão agora a querer fazer os municípios do Algarve.

Questionado pela Lusa sobre se os 15 milhões de euros previstos de receita de TMP no Porto, relativamente a 2022, deveriam ser na totalidade para a promoção externa, como acontece em Lisboa, onde a taxa Municipal Turística é entregue ao Turismo de Lisboa, Luís Pedro Martins escusou-se a falar em percentagens

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Reiterou, no entanto, que deveria “haver uma parte desses 15 milhões de euros para a promoção externa, a exemplo de Lisboa, onde é feito há mais de uma década, ou onde querem fazer os municípios do Algarve“.

“Entendo que essa taxa turística seja também aplicada em áreas que ajudem a diminuir o impacto ou a pegada deixada pelo turista, em áreas como a manutenção, a limpeza, a própria segurança, são áreas em que faz sentido que essa taxa seja utilizada”.

Referiu que “também faz todo o sentido que essa taxa possa ser aplicada em promoção externa, porque é essa mesma promoção externa que nos permite continuar a atrair turistas, por um lado, e por outro lado, permitir também atrair turistas de alto rendimento, que geralmente são ações mais caras, porque estamos a falar de mercados de longa distância”.

Deixou ainda a comparação de destinos. “Uma coisa é realizar uma ação nos EUA, no Canadá, no Brasil, outra coisa é realizar uma ação em Espanha. Por esse facto sempre defendi, é público, que uma parte dessa verba poderia ser aplicada em promoção externa”, disse.

Luís Pedro Martins considera que deve também ser esse o caminho também do município do Porto, relembrando, todavia, que a Câmara do Porto e a Turismo do Porto e Norte já estão juntos em algumas ações de promoção externa.

“Acho que é um caminho a percorrer”, declarou, acrescentando, todavia, que o município do Porto já foi dando um contributo para começar a “afinar esta discussão”, recordando que foi muito com o apoio do município do Porto que se conseguiu fazer a “fusão funcional” entre Turismo do Porto e Norte (TPNP) e Associação de Turismo do Porto e Norte (ATPN).

Luís Pedro Martins destacou ainda que a ATPN tem uma “excelente” relação com o município do Porto. “Não só é o município do Porto vice-presidente da ATPN, como também temos um contrato de programa com o município do Porto, onde entre algumas das responsabilidades é, por exemplo, tratar do acolhimentos de todos os turistas à cidade”, lembrou.

Dados preliminares que a Câmara do Porto avançou segunda-feira à Lusa indicam que é “expectável” que a TMT de 2022 vá atingir os “15 milhões de euros de receita”.

Os valores finais vão ser apurados ao longo do mês de janeiro e, por isso, “pode haver oscilações a esta estimativa”, observou, contudo, a mesma fonte oficial da Câmara do Porto.

Em 2021, a receita da TMT do Porto foi de 4,8 milhões de euros, menos 16% do que em 2020 (5,7 milhões) e menos 68% (15 milhões) do que em 2019.