Siga aqui o nosso liveblog da guerra na Ucrânia

O Reino Unido está a considerar “há várias semanas” a hipótese de fornecer tanques à Ucrânia para ajudar a combater as forças russas. Não há, para já, um veredito, mas uma decisão positiva poderia levar outros aliados a seguir o mesmo caminho.

Fontes ouvidas pela Sky News revelaram estão a decorrer discussões sobre a entrega dos tanques Challenger 2 do exército britânico a Kiev. Se a medida tiver luz verde, será a primeira vez que um país ocidental providencia à Ucrânia tanques de batalha modernos desde o início da invasão, em fevereiro do ano passado.

Nos últimos meses, os aliados europeus já entregaram tanques fabricados pelos soviéticos, mas recusaram fornecer esse tipo de armamento construído no Ocidente. No ano passado, a Polónia e a República Checa chegaram a enviar mais de 200 tanques T-72 da era soviética.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

À Sky News, uma das fontes indicou que o Reino Unido poderá vir a fornecer 10 tanques Challenger 2, número suficiente para equipar um esquadrão. O impacto mais significativo deste tipo de contribuição seria, na verdade, a capacidade de mobilizar outros países ocidentais a seguir o mesmo caminho, incluindo a Alemanha e os Estados Unidos.

“Vai ser um bom precedente para os outros, em particular à Alemanha, com os Leopard 2 … e os Abrams, dos Estados Unidos”, apontou a mesma fonte.

Há vários meses que a Ucrânia tem pedido o envio de tanques para equipar o exército contra as forças russas. No entanto, até agora os países aliados têm-se mostrado reticentes.

No fim de semana, a Finlândia sinalizou a sua disponibilidade para fornecer tanques a Kiv, caso outros países europeus avancem nesse sentido. “Se a Europa começar a fornecer tanques à Ucrânia, a Finlândia deve estar envolvida com a nossa pequena contribuição“, sublinhou o presidente do Comité de Defesa do país, Antti Hakkianen.

Também a Polónia apontou no mesmo sentido. O primeiro-ministro Mateusz Morawiecki referiu que o país aguarda a criação de uma coligação para fornecer armas mais modernas à Ucrânia. Apesar de Varsóvia não parecer estar disposta a enviar mais tanques de forma independente, um diplomata revelou ao Wall Street Journal que as autoridades estão a avaliar o pedido ucraniano.

A discussão sobre o envio de tanques surge numa altura em que os aliados da Ucrânia se mostraram dispostos a aumentar o apoio face à invasão russa. Na semana passada, a França, a Alemanha e os Estados Unidos anunciaram o envio de veículos blindados, que Kiev também tem vindo a pedir.

“Tempo das armas tabu acabou”: aliados enviam veículos de combate para a Ucrânia

A França liderou a iniciativa, prometendo o envio dos AMX-10 RC. Seguiu-se a decisão da Alemanha e dos Estados Unidos, que de forma conjunta decidiram enviar, respetivamente, os Marder e Bradley.

Apesar de serem uma adição significativa – da Ucrânia já chegaram agradecimentos pelos novos apoios -, veículos de combate como os Marder e Bradley são considerados um passo a baixo dos tanques Challenger 2 e Leopards alemães ou dos Abrams norte-americanos. Além disso, Kiev já deixou claro, que “para ganhar mais rápido” precisa de tanques.

A pressão concentra-se em particular na Alemanha porque vários países europeus possuem em stock modelos Leopards, produzidos pela empresa Krauss-Maffei Wegmann sediada em Berlim. No entanto, uma vez nos países como a Polónia, Finlândia e Dinamarca, a sua entrega depende de uma autorização do país de origem.

Fontes ouvidas pelo Politico revelaram esta segunda-feira que a França está já a pressionar a Alemanha a fornecer tanques a Kiev. “Os ucranianos querem muito os Leopards, porque há muitos destes modelo em stock pela Europa”, indicou um oficial francês.