O antigo rei da Grécia, Constantino II, irmão da rainha emérita de Espanha Sofia, morreu esta terça-feira aos 82 anos de idade. Segundo o jornal El Mundo, Constantino II morreu no hospital privado Ygeia, em Atenas, onde estava hospitalizado desde a semana passada.
O El Mundo adianta também que a rainha emérita Sofia viajou para a Grécia na última semana para acompanhar o irmão Constantino nos últimos dias de vida. Na semana passada, Constantino II foi internado na sequência de um acidente vascular cerebral (AVC), que sofreu quando se encontrava em casa.
O antigo monarca também tinha sido internado anteriormente devido a complicações provocadas pela Covid-19 — e, na semana passada, a sua situação era descrita como “delicada”.
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Constantino II foi o último rei da Grécia, tendo reinado entre 1964 e 1973, ano em que foi proclamada a república no país — e, como lembra o El País, teve uma “vida marcada pela perda do trono e o exílio”.
Nascido em Atenas em 1940, Constantino era filho do rei Paulo I da Grécia e pertencia à Casa Real de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg, ou Casa de Glücksburg, com origem no século XIX e abrangendo famílias reais na Dinamarca, Noruega e Grécia (era, por exemplo, a Casa Real a que pertencia o príncipe Filipe, marido da rainha Isabel II do Reino Unido).
Subiu ao trono em 1964 na sequência da morte do pai e casou com a princesa Ana Maria da Dinamarca, descendente da mesma Casa Real.
O seu reinado ficou marcado por grande instabilidade política na Grécia, especialmente devido ao golpe militar de 1967 que instaurou no país o regime que ficaria conhecido como a Ditadura dos Coronéis. Constantino II aceitou o juramento da tomada de posse dos elementos da junta militar que tomaram o poder, o que o marcaria até ao fim da vida como um colaborador da ditadura.
Ainda no ano de 1967, o rei Constantino II patrocinou um contragolpe com o objetivo de derrubar a ditadura militar, mas o insucesso do golpe levou o rei a procurar o exílio no Reino Unido.
Em 1973, após vários anos no estrangeiro e sem poder prático, o rei foi destituído pela junta militar — mas no ano seguinte o regime dos coronéis viria a colapsar definitivamente na sequência. Constantino ainda regressou à Grécia para tentar recuperar o seu papel como monarca e chefe de estado, mas um referendo mostrou que a maioria dos gregos queria uma república.
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Constantino passou então a viver no exílio, regressando apenas ocasionalmente à Grécia, com cujas autoridades manteve uma relação sempre tensa.
Em 1994, o governo grego retirou a cidadania grega a Constantino, porque queria manter no seu passaporte o nome “Constantino da Grécia”, e não “Constantino Glücksburg”, como deveria ser nomeado de acordo com as regras da república grega, que proíbe os títulos nobiliárquicos.
Constantino viveu até ao fim da vida apenas com cidadania dinamarquesa, embora tenha voltado a viver na Grécia a partir de 2013.