Luís Canelas e Lurdes Rebelo vão ser os novos vereadores na Câmara de Espinho, colmatando as saídas de Miguel Reis e Álvaro Monteiro, respetivamente presidente e vice-presidente da autarquia, que renunciaram ao mandato na quinta-feira, revelou esta sexta-feira fonte municipal.
Luís Canelas, o quinto na lista do PS nas últimas autárquicas, irá assumir o seu lugar como vereador, na sequência da saída de Miguel Reis, detido no âmbito da operação Vórtex, enquanto Álvaro Monteiro será substituído por Lurdes Rebelo, número seis da lista socialista.
O novo vereador Luís Canelas, que já exercia uma função de assessoria naquela autarquia do distrito de Aveiro para a área do desporto, é licenciado em Educação Física e foi professor e treinador de hóquei em patins.
Quando a Lurdes Rebelo, atual vogal da Assembleia de Freguesia de Espinho, é licenciada em bioquímica, concluiu o mestrado em Medicina Legal e o doutoramento em ciências forenses, exercendo funções como especialista superior do Instituto de Medicina legal e Ciências Forenses – Delegação do Norte.
Na quinta-feira, a Câmara de Espinho anunciou que a vereadora Maria Manuel Cruza irá assumir a presidência do município, na sequência da renúncia ao mandato autárquico por parte de Miguel Reis.
A nova presidente, que ocupava o terceiro lugar nas listas do Partido Socialista nas eleições autárquicas de 2021, será investida nas novas funções na reunião de Câmara na próxima segunda-feira.
Na mesma nota, a autarquia dava conta que Álvaro Monteiro, que exercia funções de vice-presidente da autarquia em regime de não permanência, também havia renunciado ao mandato, não assumindo a presidência da autarquia por impossibilidade de compatibilizar a sua atividade profissional enquanto médico e diretor no Centro Hospitalar de Vila Nova Gaia/Espinho com essas funções.
Miguel Reis, detido por suspeitas de corrupção no âmbito da Operação Vórtex, renunciou na quinta-feira ao mandato para o qual foi eleito em 2021, com 40,23% dos votos.
Além do ex-autarca de Espinho, foram detidos o chefe da divisão do Urbanismo da autarquia, José Costa, e três empresários.
A residência de Joaquim Pinto Moreira (PSD), ex-presidente da Câmara de Espinho entre 2009 e 2021, também foi alvo de buscas, mas o atual deputado não foi detido.
Ainda assim, o presidente do partido anunciou na quinta-feira que Pinto Moreira iria deixar as funções de vice-presidente da bancada parlamentar dos social-democratas e a presidência da comissão parlamentar de revisão constitucional.
A operação da Polícia Judiciária contou com a presença de magistrados do Departamento de Investigação e de Ação Penal (DIAP) Regional Porto, investigadores e peritos financeiros da Diretoria do Norte, bem como de peritos informáticos de várias estruturas daquela polícia.
“A investigação versa sobre projetos imobiliários e respetivo licenciamento, respeitantes a edifícios multifamiliares e unidades hoteleiras, envolvendo interesses urbanísticos de dezenas de milhões de euros, tramitados em benefício de determinados operadores económicos”, explicou a PJ.