A Seat SA, que inclui as marcas Seat e Cupra, está num processo de transformação, com o Grupo Volkswagen a tentar deslocar as vendas da Seat, que comercializa veículos por preços mais acessíveis, para a Cupra, que propõe os seus modelos com mais conteúdo, mas por valores (e margens de lucro) superiores. Não é o primeiro construtor a tentar este posicionamento estratégico, bastando recordar como a Mercedes tentou aplicar a mesma fórmula na Maybach, o que acabou por não funcionar e fazer estes modelos de luxo a voltarem a ser integrados na gama da Mercedes.

Depois de vender 79.700 veículos novos em 2021, a Cupra viu a procura aumentar para 152.900 unidades em 2022, um incremento de 92,7% face ao ano anterior. Entre os modelos transaccionados, o mais procurado foi o Formentor, o crossover que foi responsável por 63,8% das vendas da marca, o que equivale a 97.600 unidades. O eléctrico Born surpreendeu igualmente pela positiva, transaccionando 31.400 unidades.

Enquanto isto, a Seat comercializou 232.700 veículos, longe dos 391.092 vendidos em 2021, uma quebra de 40,5%. Em abono da verdade, a queda foi em parte provocada pelo facto de ter deixado de comercializar automóveis eléctricos, ao contrário das suas rivais do grupo em termos de posicionamento VW e Skoda, e até viu os híbridos plug-in desaparecerem da oferta aos clientes, modelos que figuravam entre os mais competitivos para as empresas.

No acumulado do ano para a Seat SA, ou seja, para a Seat e Cupra, o saldo não foi positivo no capítulo das vendas, mas foi surpreendentemente equilibrado no que respeita à capacidade de produção da fábrica de Martorell. Depois da fábrica espanhola da Seat SA nos arredores de Barcelona ter produzido 484.046 veículos em 2021, viu este número cair apenas para 478.954 unidades, o que significa uma redução de somente 1,1%. A explicação para este bom desempenho prende-se com a colaboração da Audi, que recorre a Martorell para fabricar o seu A1.

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