A 22 de novembro, com o Mundial já a decorrer, o Manchester United anunciou a rescisão por mútuo acordo com Cristiano Ronaldo. A 23 de novembro, enquanto os adeptos ainda discutiam as vantagens e as desvantagens da saída forçada do internacional português, a família Glazer anunciou que o Manchester United estava oficialmente à venda.
“O Manchester United, um dos mais bem sucedidos e históricos clubes do mundo, anuncia hoje que a Direção iniciou o processo de explorar estratégias alternativas para o clube. O processo foi desenhado para reforçar o crescimento futuro do clube, com o derradeiro objetivo de o posicionar numa situação em que possa capitalizar as oportunidades tanto dentro de campo como comercialmente”, podia ler-se, há menos de dois meses, no comunicado assinado pela família norte-americana que lidera os destinos dos red devils desde 2005.
De lá para cá, e ao longo de semanas em que a Argentina conquistou o Campeonato do Mundo, Cristiano Ronaldo assinou pelo Al-Nassr da Arábia Saudita e o Manchester United somou sete vitórias consecutivas, a potencial venda do clube inglês ficou aparentemente esquecida entre a espuma da atualidade mediática. Esta terça-feira, porém, voltou à ribalta — e à boleia do interesse de um dos homens mais ricos do Reino Unido.
Sir Jim Ratcliffe, bilionário britânico de 70 anos que é dono da Ineos, confirmou oficialmente que vai fazer uma proposta para adquirir o Manchester United — ele que é era um dos eventuais interessados desde as primeiras horas, não só pelo óbvio poder financeiro mas também porque é um histórico adepto dos red devils. “Colocámo-nos formalmente no processo”, referiu um porta-voz da Ineos ao jornal The Times.
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De recordar que a Ineos, empresa fundada em 1998 e dedicada à indústria química, tem um vasto portefólio desportivo: desde a equipa de ciclismo Ineos Grenadiers, a antiga Sky onde atualmente correm Egan Bernal ou Tao Geoghegan Hart, um terço da equipa da Mercedes na Fórmula 1 e ainda o Nice, atual 10.º classificado da Ligue 1. Em outubro, Jim Ratcliffe assumiu a intenção de ter um “ativo maior” no mundo do futebol — contudo, na altura, desvalorizou a possibilidade de a família Glazer vender o Manchester United.
“Fui adepto do Manchester United a vida toda. Estava lá no jogo mais incrível de sempre, em 1999 e em Barcelona [final da Liga dos Campeões contra o Bayern Munique], e essa memória está profundamente gravada na minha cabeça. Mas o Manchester United é da família Glazer. Já conheci o Joel e o Avram e eles são as pessoas mais simpáticas, são cavalheiros. E não querem vender. O clube é dos seis filhos de um pai que o comprou e eles não querem vender. Se tivesse estado à venda no verão, sim, provavelmente tinha tentado. Mas não posso ficar à espera que um dia o Manchester United fique disponível”, explicou.
Agora, três meses depois, o Manchester United está mesmo disponível. Mas não vai ser barato, com a família Glazer à procura de encaixar algo como cinco mil milhões de libras. Segundo a Forbes, porém, a fortuna de Jim Ratcliffe está avaliada em 15.5 mil milhões de libras, tornando-o a 11.ª pessoa mais rica do mundo.