Febre, dores musculares, dores de cabeça, mal-estar geral e rouquidão. Eis os principais sintomas da Orthrus (CH. 1. 1), a nova variante da Ómicron que foi detetada pela primeira vez em novembro do ano passado, em Blaby, cidade no condado de Leicestershire, no leste de Inglaterra, e que no início deste mês já se tinha disseminado por todo o Reino Unido.

De acordo com as análises do Sanger Institute, citadas pela imprensa britânica, a 12 de novembro a nova variante era responsável por 1% dos casos positivos à Covid-19. Entretanto, a Orthrus, nomeada a partir do cão bicéfalo da mitologia grega, irmão de Cérbero, disseminou-se e já está na génese de praticamente uma em cada cinco infeções (23,3%) analisadas pelo instituto. Sendo que, em algumas zonas de Inglaterra, é responsável por 100% dos casos.

Não há, ainda assim e apesar do rápido crescimento, informações sólidas que sugiram que a nova variante seja mais grave ou perigosa do que as identificadas anteriormente. Isto apesar de a Orthrus partilhar com a variante Delta a mutação P681R, que se presume estar na origem de uma maior capacidade do vírus para atacar as células e causar formas mais agudas da doença.

Ao espanhol 20Minutos, a microbiologista María del Mar Tomás, porta-voz da Sociedade Espanhola de Doenças Infecciosas e Microbiologia Clínica, explicou que, “devido às elevadas taxas de vacinação e infecção prévia na Europa”, não é provável que a Orthrus acarrete qualquer risco acrescido para a saúde pública.

Em Espanha a nova variante também já foi detetada. Em Portugal também, confirma a informação disponibilizada pelo Instituto Ricardo Jorge, no âmbito do estudo da diversidade genética do SARS-CoV-2 no país, atualizada no passado dia 10 de janeiro. Na última semana de 2022, a Orthrus representava 6,7% dos casos de Covid-19 registados em Portugal.

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