O parlamento aprovou esta quinta-feira, por unanimidade, um voto de pesar apresentado pelo presidente da Assembleia da República pelas vítimas do Holocausto e em evocação do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.
O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto assinala-se em 27 de janeiro (sexta-feira), data que marca o momento da libertação do campo de concentração de Auschwitz, que ocorreu em 1945.
A assistir à votação estiveram esta quinta-feira nas galerias da Assembleia da República, a convite de Augusto Santos Silva, membros do corpo diplomático acreditado em Portugal e representantes da Associação Memória e Ensino do Holocausto (Memoshoá), bem como da Comunidade Israelita de Lisboa.
“Volvidos quase 80 anos desta tragédia, importa preservar a memória das vítimas e evocar aquele que foi um episódio negro da história da humanidade, em que todos os valores nos quais assenta a civilização humana foram radicalmente questionados: o respeito pela vida, a igualdade e dignidade de todos os seres humanos, a compaixão e a fraternidade, a responsabilidade pelo outro, a tolerância e a liberdade individual e coletiva”, refere o texto apresentado por Santos Silva.
O presidente do parlamento salienta que “Auschwitz – e todos os campos de extermínio nazis – não foi assim tão longe, nem assim há tanto tempo“.
É inquietante observar, nos dias de hoje, os sinais profundamente perturbadores de recrudescimento de antissemitismo e de outras formas de ódio e preconceito como o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e intolerâncias relacionadas”, alertou.
Para Santos Silva, tal justifica “uma reflexão ponderada, mas urgente, sobre a necessidade de adaptação da resposta dos Estados de Direito Democráticos a estes fenómenos”.
“Deste modo, importa garantir a promoção da educação das gerações mais novas sobre o Holocausto e outros crimes contra a humanidade. O futuro da nossa civilização depende da preservação da memória coletiva e da defesa dos valores fundamentais sobre os quais assenta a Democracia”, refere.
O presidente do parlamento defende, no texto esta quinta-feira aprovado pelo parlamento, que “esta missão deve continuar a passar, na primeira linha, pela recusa dos extremismos que se alimentam do ódio e preconceito e que optam deliberadamente por fazer por um discurso negacionista e de esquecimento sobre as lições do passado”.
A Assembleia da República presta homenagem a todas as vítimas do Holocausto, defendendo a memória do que representaram os crimes do nazismo e promovendo os valores da liberdade, da democracia e da paz, associando-se à comemoração desta data”, refere a parte resolutiva do voto.
O Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, assinalado oficialmente no dia 27 de janeiro, foi estabelecido pelas Nações Unidas em 2005 e recorda a libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, que este ano marca o 78.º aniversário.
Construído na Polónia ocupada durante a Segunda Guerra Mundial, Auschwitz-Birkenau é o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi de seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais foi morto naquele campo entre 1940 e 1945, juntamente com mais de 100.000 não-judeus.