Durante a tarde desta terça-feira, na reunião extraordinária da Assembleia Municipal de Lisboa, o executivo de Carlos Moedas tomou uma posição dura em relação ao projeto para a Jornada Mundial da Juventude. A partir de agora, “a Câmara Municipal é que coordena”, adiantou o vice-presidente do município. Filipe Anacoreta Correia diz querer que seja a Câmara Municipal de Lisboa a assumir a coordenação da JMJ — e defende o afastamento de José Sá Fernandes, nomeado pelo Governo para coordenar o grupo de projeto da Jornada da Juventude e vereador do mandato de Fernando Medina.

Não aceitamos mais pretensos coordenadores que não fazem nada e que não ajudam a resolver nada”, acrescentou.

Estas críticas foram mais longe e também Carlos Reis, deputado municipal do PSD, quis sublinhar, ainda durante a reunião extraordinária, que Sá Fernandes “não está a ser pago para resolver um único problema”. “O presidente da Câmara ganhou um problema e vai resolvê-lo. Quem não é coordenador de facto é o senhor Sá Fernandes. Para nós, é o coordenador da oposição.

Porém, contactada pela SIC, a ministra Ana Catarina Mendes manteve que o coordenado por parte do Estado é mesmo José Sá Fernandes.

JMJ. PS viabiliza empréstimo de 15 milhões à CGD e executivo de Moedas deixa recado a José Sá Fernandes: “A Câmara é que coordena”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A decisão de reclamar a coordenação do projeto e as críticas a José Sá Fernandes surgem dias depois de o antigo vereador dos Espaços Verdes no mandato de Fernando Medina ter afirmado que os custos com o altar-palco, que custará mais de cinco milhões de euros, poderiam ter sido reduzidos. E que existiam outras alternativas.

Aumentar pala do altar-palco custou mais dois milhões de euros, refere Sá Fernandes. Moedas diz “desconhecer” projeto

“Quando dizem que não foi feito nada no passado, bom, foi feita a coisa mais importante que era lançar um concurso público para esta empreitada. Esta empreitada já previa a plataforma onde ia assentar o palco. Ou seja, a plataforma dos tais cinco mil metros quadrados para suportar o altar”, referiu Sá Fernandes à Lusa, na semana passada.

Já sobre a reutilização do espaço, para eventos futuros, o coordenador da Jornada da Juventude reconheceu que o palco poderá ser utilizado, mas com limitações: “Tem que se retirar e redimensionar a pala. Isso tem um custo. Mas, ficar só lá em cima também fica muito alto. Depende do que se quer. Eu não sei, pois nada foi dito sobre essa matéria”.