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A polícia alemã deteve mais um homem suspeito de ter participado em espionagem e desvio de informação confidencial para a Rússia. Depois de um oficial do serviço de espionagem alemão BND ter sido descoberto em dezembro a passar segredos para o Kremlin, as suspeitas recaem agora sobre um antigo soldado alemão, de 31 anos, que terá servido de correio de informação, levando os documentos da Alemanha para o território russo.

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A detenção, feita no passado domingo, é mais um episódio naquele que já constitui um dos maiores escândalos no mundo da espionagem europeia nas últimas décadas, colocando em causa a credibilidade dos serviços de inteligência alemães na comunidade internacional.

Segundo o jornal britânico The Telegraph, o BND tenta agora perceber como é que o suspeito (identificado como Arthur E) terá conseguido passado pela segurança do aeroporto, estando mesmo a investigar a possibilidade de haver mais um agente alemão envolvido.

Arthur E terá feito várias viagens até Moscovo no último ano, levando consigo documentos classificados acerca da guerra na Ucrânia, incluindo material confiscado em operações secretas.

O suspeito, (identificado apenas como Arthur E) nasceu na Rússia mas passou grande parte da sua vida na Alemanha, onde serviu nas Forças Armadas entre 2009 e 2015. Em 2019, o homem foi fotografado num desfile de moda em Moscovo e, em 2022, já depois do início da guerra, marcou presença num evento organizado por um fornecedor de material militar ao exército russo.

Após ser detido, o homem alegou desconhecer o seu papel na rede de espionagem, e afirmou ter agido sob o pressuposto de estar numa missão secreta do BND, e não como cúmplice de um agente duplo.

O homem terá ainda dito à investigação que numa ocasião, após regressar de Moscovo, entregou um envelope com dinheiro russo a alguém que as autoridades pensam ser um colega do oficial detido em dezembro, que ajudaria Arthur E a contornar a segurança do aeroporto através de um acesso especial.

A investigação desvalorizou a declaração de inocência do suspeito agora detido, mas acredita que o intermediário no aeroporto pudesse não saber no que estava envolvido.

Os dois suspeitos detidos até agora enfrentam podem agora ser acusados de traição; caso sejam condenados, a sentença poderá ir desde 1 ano até prisão perpétua.

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