Oito dos 13 adeptos do Benfica que tinham sido detidos numa operação da Polícia de Segurança Pública (PSP) contra a violência nas claques ficaram em prisão preventiva, de acordo com comunicado do Tribunal Central de Instrução Criminal. Os outros cinco adeptos ficaram em liberdade, mas estão obrigados a apresentações diárias às autoridades.

Os arguidos foram indiciados por um conjunto alargado de crimes: roubo, ofensa à integridade física, violação agravada, gravações ilícitas, coação agravada, tráfico de estupefacientes, desobediência e detenção de arma proibida.

Libertados 16 casuals afetos ao Sporting detidos em operação da PSP em Lisboa

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O juiz de instrução criminal que liderou as diligências que se iniciaram no dia 2 de fevereiro considerou que existiam indícios de continuação da actividade criminosa e de perturbação de inquérito.

As medidas de coação foram conhecidas este sábado, dois dias depois de 16 adeptos sportinguistas terem sido libertados após terem sido detidos no âmbito da mesma operação. As detenções ocorreram na área da Grande Lisboa e margem sul do Tejo.

Caso começou com duas queixas por roubo e agressões violentas

A investigação começou na sequência de duas queixas por roubo e agressões violentas reportadas em abril do ano passado e, ao longo da investigação foi possível “associar estes indivíduos a outros crimes que eles próprios foram cometendo, de abril até ao final do ano”, explicou o comissário Teixeira, da PSP.

Os detidos pertencem ao movimento “Casual” — ou seja, não pertencem a claques oficiais dos clubes, estão ligados a crimes violentos e aderem a comportamentos agressivos. A PSP classifica os adeptos como “os elementos mais ativos e agressivos” deste movimento.

Detidas 30 pessoas ligadas às claques do Benfica e do Sporting

Em investigação estão “vários factos suscetíveis de configurar os crimes de ofensas à integridade física qualificadas, sobre adeptos e sobre Polícias, bem como os crimes de roubos, danos, participação em rixa, ameaças e desobediência de interdição em recintos desportivos”. As agressões aconteciam nas imediações dos estádios do Benfica e do Sporting, antes e depois dos jogos.

Na sequência das buscas e das detenções, a PSP apreendeu ainda três armas de fogo, várias armas brancas e artesanais, artefactos pirotécnicos, como petardos, potes de fumo e tochas, e 13 artefactos de sinalização marítima. Além disso, foram apreendidas mais de 5 mil doses individuais de haxixe e mais de mil de heroína.

De acordo com o despacho publicado pelo Conselho Superior da Magistratura sobre as medidas de coação dos 16 arguidos sportinguistas, um deles continuará em Termo de Identidade e Residência. Todos estão fortemente indiciados de quatro crimes de ofensa à integridade física qualificada. Sobre três deles recaem ainda suspeitas de um crime de dano qualificado relacionado com o fenómeno desportivo, um crime de participação em rixa e três crimes de ofensa à integridade física qualificada.

Todos os arguidos estão proibidos de contactarem entre si e com as presumíveis vítimas. Também estão proibidos “de se aproximarem e frequentarem todos os estádios a nível nacional nos dias em que existam jogos e as suas imediações, numa distância de pelo menos 500 metros”.