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A Ucrânia acordou esta sexta-feira ao som das alarmes de ataques aéreos. No 352.º dia de guerra o exército ucraniano denunciou um ataque russo “de grande escala”, que atingiu sobretudo infraestruturas essenciais na produção e armazenamento de energia.
As autoridades divulgaram que a Rússia lançou 71 mísseis para o território ucraniano, dos quais 61 foram destruídos pelos sistemas de defesa antiaéreos. Também foram abatidos cinco drones kamikaze Shahed-136/131, equipamentos produzidos no Irão. A capital ucraniana, Kiev, e as regiões de Kharkiv e Zaporíjia foram algumas das zonas mais atingidos pelos ataques russos.
Estes são os principais acontecimentos que marcaram esta sexta-feira:
O que aconteceu durante a noite?
- Kiev aumentou o pedido por caças aos aliados, um equipamento que diz ser decisivo para combater as tropas russas. Para Ben Hodges, ex-comandante geral dos EUA na Europa, o fornecimento de aeronaves poderia assegurar à Ucrânia uma vitória dentro de um ano.
- O Presidente Volodymyr Zelensky já regressou à Ucrânia, depois da viagem ao Reino Unido, França e Bélgica, onde se reuniu com os parceiros europeus. A caminho de Kiev, o líder ucraniano fez uma paragem na Polónia, para um encontro com o homólogo, Andrzej Duda.
- Os Estados Unidos pediram hoje à Rússia para respeitar o Novo START, o único tratado nuclear em vigor entre as duas potências, e “desvincular” o seu cumprimento da guerra na Ucrânia.
- A Casa Branca já divulgou a data em que o Presidente norte-americano vai visitar a Polónia, para assinalar o primeiro aniversário do início da guerra na Ucrânia. Segundo a CNN, a viagem de Joe Biden está marcada para os dias 20 e 22 de fevereiro.
- O primeiro-ministro Eduard Heger confirmou que a Eslováquia já recebeu o pedido da Ucrânia sobre o envio dos caças MIG-29. Segundo o governante, o processo de negociações interno poderá agora avançar.
O que aconteceu durante a tarde?
- Vedant Patel, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, disse que Washington “não têm indicações” de uma ameaça militar direta da Rússia à Moldávia e Roménia, depois de Kiev ter alegado que mísseis russos sobrevoaram esses países.
- Um grupo de 35 países vai exigir que os atletas russos e bielorrussos sejam proibidos de participar nos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris. A informação foi divulgada pela ministra do Deporto da Lituânia, depois de um encontro que contou com a participação do Presidente ucraniano. A reunião surge numa altura em que a Ucrânia ameaça boicotar a competição caso os desportistas desses dois países participem, uma posição contrária à do Comité Olímpico Internacional.
- De regresso da viagem ao continente africano, o líder da diplomacia russa disse que o Ocidente falhou completamente na sua tentativa de isolar a Rússia. O ministro dos Negócios Estrangeiros sublinhou que Moscovo está a construir relações mais fortes com os países em África, no Médio Oriente, na Ásia e América Latina.
- A Rússia devolveu os corpos de 61 soldados ucranianos que morreram durante o conflito. A transferência foi organizada pelo Gabinete de Pessoas Desaparecidas do Ministério da Reintegração, referiu o The Kyiv Independent.
- O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou que os mísseis russos enviados esta sexta-feira contra a Ucrânia, e que Kiev diz terem atravessado o espaço aéreo da Moldávia e da Roménia, são um “desafio para a NATO”.
- O banco central da Rússia manteve esta sexta-feira a sua taxa de juro em 7,5% e melhorou as projeções para a economia russa, antecipando uma recessão menos acentuada do que o previsto e até a possibilidade de crescimento.
- A Força Aérea ucraniana enviou para os Países Baixos um pedido formal de jatos F-16. A confirmação veio da própria Força Aérea, que menciona o ministro da Defesa da Ucrânia e que publicou o breve comunicado nas redes sociais.
Ukraine submitted a request to the Netherlands for the supply of F-16 fighters.
This was confirmed by Defense Minister Ollongren.
???????????????????? pic.twitter.com/TlAfrcgm91— Ukrainian Air Force (@KpsZSU) February 10, 2023
- A primeira-ministra da Moldávia, Natalia Gavrilita, demitiu-se esta sexta-feira, provocando a queda do governo. A governante demissionária justifica a decisão com as várias crises causadas pela invasão russa da Ucrânia.
- Yevgeny Prigozhin, líder fundador do grupo Wagner conhecido como “o chef de Putin”, anunciou que o programa de recrutamento de paramilitares iria terminar. O anúncio foi lançado pela empresa de catering gerida por Yevgeny Prigozhin, que também detém restaurantes, e noticiada pelo Financial Times.
O que aconteceu durante a manhã?
- A presidência russa revelou que o chefe de Estado, Vladimir Putin, vai fazer um discurso sobre o estado da nação a 21 de fevereiro, três dias antes do primeiro aniversário da ofensiva do exército russo na Ucrânia.
- O Ministério da Defesa britânico admitiu que a Rússia atingiu “ganhos técnicos” nas cidades de Bakhmut e Vuhledar. Os combatentes do grupo Wagner avançaram até três quilómetros no norte de Bakhmut, região do Donbass, em direção a oeste; e controlam os terrenos nas proximidades da principal estrada para a cidade. “
- A Ucrânia disse que dois mísseis russos terão entrado nos espaços aéreos da Moldávia e da Roménia antes de atingirem o território ucraniano. A Moldávia confirmou o relato, condenando “veementemente” a violação do espaço aéreo e convocando o embaixador russo para reunião urgente. Já o Ministério da Defesa romeno disse não ter registos nesse sentido, acrescentando que o ponto mais próximo da trajetória do alvo ao espaço aéreo foi registado a aproximadamente 35 quilómetros a nordeste da fronteira.
- Durante a manhã foram ouvidas explosões na capital ucraniana, indicou a administração militar da cidade. Os destroços de mísseis lançados sobre Kiev terão atingido um carro e uma casa privada na capital ucraniana, disse o presidente da câmara, Vitali Klitschko.
- De acordo com a Ukrenergo, operadora de eletricidade no país, há “danos em vários locais de infraestrutura de alta tensão nas regiões leste, oeste e sul, o que levou a quedas de energia em algumas áreas”.
- Um comandante checheno suspeito de ter cometido crimes de guerra nos primeiros meses da invasão da Ucrânia foi enviado para a Turquia para liderar a assistência da Rússia no país na sequências dos sismos de segunda-feira.
- O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), entidade privada norte-americana que tem publicado análises sobre o desenvolvimento da guerra na Ucrânia, considerou que o Kremlin está a preparar “gradualmente” a indústria da Defesa para uma guerra prolongada na Ucrânia — mas com contenção económica, o que será “incompatível” com a escala da guerra que se está a verificar nas trincheiras.
- O ISW indica também que a Rússia já terá perdido metade dos tanques que tinha reservado inicialmente para a guerra na Ucrânia. O instituto de pesquisa refere que mais de 1.000 tanques russos foram destruídos e outros 546 foram capturados pela resistência desde que a guerra eclodiu na Ucrânia, apontando uma contabilização da Orxy, um grupo holandês que tem rastreado as perdas de equipamentos russos e ucranianos.
- Kharkiv também está debaixo de fogo. Um relato de Ihor Terekhov, autarca da cidade, publicado nas redes sociais anunciou que várias infraestruturas importantes da cidade estava a ser atingida por mísseis russos; e que se estão a registar perturbações no fornecimento de eletricidade.
- Zaporíjia, no sudeste da Ucrânia, esteve sob o maior ataque aéreo desde que a Rússia invadiu o país, disse o secretário do Conselho Municipal no Telegram. Numa só hora, a cidade de Zaporíjia terá sido atingida 17 vezes.