Um alto responsável dos Estados Unidos denunciou este terça-feira o “absurdo” das acusações do Presidente russo, Vladimir Putin, de que a ameaça ocidental contra a Rússia justificava a invasão da Ucrânia. “Ninguém está a atacar a Rússia. Há uma espécie de absurdo na ideia de que a Rússia estava sob alguma forma de ameaça militar da Ucrânia ou de qualquer outro”, disse aos jornalistas o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.
Antevendo o discurso de Joe Biden, marcado para as 16h30 no Castelo Real de Varsóvia, Sullivan disse que o Presidente norte-americano “não traçaria nenhum tipo de plano para acabar com a guerra, por via diplomática”. Em vez disso, irá concentrar-se na lição mais ampla a ser aprendida com a guerra na Ucrânia no que ele vê como um “ponto de inflexão” numa luta global entre democracias e regimes autocráticos.
Os seus comentários falarão especificamente sobre o conflito na Ucrânia, mas é claro que ele também falará sobre a luta mais ampla entre (de um lado) os agressores que estão tentando destruir princípios fundamentais e (de outro lado) as democracias que se unem para tentar aplicá-las”, disse.
Em Varsóvia e Moscovo, Joe Biden e Vladimir Putin discursam em forma de duelo nesta terça-feira, apresentando dois pontos de vista radicalmente opostos sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, um dia após a visita surpresa do presidente americano a Kiev.
O Presidente russo, Vladimir Putin, acusou o Ocidente de querer impor à Rússia uma “derrota estratégica” na Ucrânia e acabar com o país “de uma vez por todas”.
As elites do Ocidente não escondem o seu objetivo: infligir uma derrota estratégica à Rússia, ou seja, acabar connosco de uma vez por todas“, afirmou, num discurso sobre o Estado da Nação às duas câmaras do Parlamento, três dias antes do primeiro aniversário da ofensiva à Ucrânia.
“A responsabilidade pelo fomento do conflito ucraniano e das suas vítimas (…) recai totalmente sobre as elites ocidentais“, disse o Presidente russo, repetindo a sua tese segundo a qual o Ocidente apoia as forças neonazis na Ucrânia para consolidar uma luta anti-Estado russo.
O discurso, o primeiro sobre o Estado da Nação feito por Putin em quase dois anos, acontece três dias antes de ser assinalado o primeiro aniversário da ofensiva militar russa na Ucrânia, iniciada na madrugada de 24 de fevereiro de 2022.