À primeira vista parecia desenhar-se uma tendência. O mar de rosas que Zendaya desfilou pela passadeira vermelha deu o mote e bastou mais algumas senhoras optarem por variados tons desta cor para o amor ficar no ar. Mas depois viriam os amarelos, vermelhos, dourados, muito negro e um impactante tom de verde. Falemos então de silhuetas, mas das saias amplas às calças, também conseguiremos traçar uma tendência. Juntemos o já obrigatório vintage e a conclusão que se retira da passadeira vermelha dos prémios SAG é que foi como uma montra de gostos e estilos, ou então um laboratório para os Óscares.

Foram 190 as rosas em seda que as fadas do atelier Valentino coseram no vestido de diva de Zendaya. A criação especial tem assinatura de Pierpaolo Piccioli, mas podia ter saído do arquivo da casa italiana. O corpete, a silhueta sereia, um tom de rosa, que consegue ser elegante e atrevido, e uma saia com uma cascata de rosas em diferentes tamanhos a dar o “fator uau!” respira tradição Valentino por todas as suas costuras e lembra algumas criações do próprio Valentino Garavani de décadas passadas.

O rasto de rosas de Zendaya podia muito bem ter deixado um tom de melancolia do ar, mas em vez disso o que as recentes passadeiras vermelhas nos têm mostrado é uma crescente mestria em fazer brilhar looks antigos no presente. A especialista é Cate Blanchett, que voltou a usar vestido Giorgio Armani Privé que usou nos Globos de Ouro de 2014 e no Festival de Cannes de 2018 e mais recentemente repetiu um outro vestido nos BAFTA. Jenna Ortega foi ainda mais atrás e escolheu um vestido Atelier Versace de 1994.

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O pulso desta passadeira vermelha mede-se pelos looks cor de rosa. Jessica Chastain usou um vestido de princesa em rosa escuro, Ariana DeBose escolheu um fato de calças e blazer Prabal Gurung, Stephanie Hsu usou um vestido Carolina Herrera de inspiração vintage, Abby Elliott optou por um Valentino esvoaçante e Abby Elliott por uma criação Taller Marmo com plumas e silhueta pré-mamã. Todos estes looks em arrojados tons de rosa choque ou escuro, a desafiarem a doçura do vestido de Zendaya e mostrarem a versatilidade de uma cor que vai muito além do romantismo.

Por muito que por estes dias frios apeteçam calorosos tons de rosa é impossível não falar de falar de amarelo. Talvez a cor que acupa o segundo lugar do pódio nesta festa, se excluirmos o clássico preto.  Niecy Nash-Betts, Viola Davis, Angela Bassett e Claire Foy serviram quatro looks tão diferentes quanto refrescantes. E vale a pena juntar ainda a este grupo Michelle Yeoh, que não mergulhou de cabeça nesta cor, mas deu o peito a cascata de lantejoulas eriçadas sobre um vestido Schiaparelli.

As luzes desta passadeira vermelha não se apagam sem falarmos sobre dois looks que provam como a versatilidade ilumina estes eventos. Amanda Seyfried quebrou todas as regras não escritas com um minivestido Prada num elétrico tom de verde, com cauda geométrica e bolsos, mas o penteado trouxe à memória Catherine Deneuve na década de 1960, e tudo acabou bem. Rooney Mara usou uma criação Alexander McQueen que masi do que um vestido, era uma obra de arte de patchwork com diferentes rendas que desenharam um pássaro a envolver o corpo da atriz.

Depois dos Globos de Ouro, dos Critic’s Choice Awards e dos BAFTA, continua a contagem decrescente para a cerimónia dos Óscares, que tem data marcada para 12 de março.