Marcelo Rebelo de Sousa rejeita ter aberto a porta à demissão de Fernando Medina ao dizer que “o senhor ministro das Finanças poderá ponderar as consequências do relatório” da Inspeção-Geral das Finanças sobre a indemnização de 500 mil euros paga pela TAP a Alexandra Reis. O Presidente da República afirmou que se referia a “consequências jurídicas, e não políticas”.

Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita do Instituto Superior Técnico, em Lisboa, o chefe de Estado disse que Medina se vai pronunciar quando existir um relatório “definitivo”. “Imagino que as conclusões [do relatório] sejam que é tudo legal, se não for tudo legal, depois há vários tipos de irregularidades e em função dessas irregularidades”, o ministro vai atuar em função da lei, acrescentou.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, o que está “em causa” é a existência ou não de “irregularidades” e qual será a relação jurídica em relação a essas possíveis irregularidades. “Eu disse aquilo que depois voltei a repetir: tendo decidido instaurar o inquérito”, Medina “espera pelo relatório e decide sobre o relatório”, reiterou.

Questionado sobre a visita de Lula da Silva a Portugal e a participação na sessão solene do 25 de Abril, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que “o que a Assembleia da República decidir está bem decidido”. Considerando que as “pessoas que têm memória muito curta”, Marcelo recordou que o “Presidente Lula” visitou Portugal e foi recebido na Assembleia da República (ainda que não a 25 de Abril) a convite de Cavaco Silva.

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Explicando que o “convite ao Presidente brasileiro está feito” e “mantém-se feito”, Marcelo considerou que é “importante para Portugal” que o líder do Brasil venha a Portugal “antes de ir a outros países europeus, porque as relações com Portugal são mais intimas, são mais importantes, no passado e no futuro, do que com outros países europeus”.

“Independentemente de haver opiniões favoráveis ou desfavoráveis ao cidadão e ao político Lula da Silva, e há quem goste muito e há quem não goste nada no Brasil, como em Portugal, o que interessa é o Presidente Lula da Silva, que é o Presidente de todos os brasileiros”, declarou Marcelo, que se escusou a comentar as opiniões dos partidos políticos, como, por exemplo, a Iniciativa Liberal, que consideram que Lula não deve discursar na Assembleia da República na sessão do 25 de Abril.

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