Siga aqui o nosso liveblog da guerra na Ucrânia

O aviso não podia ser mais claro. Se a China fornecer assistência letal à Rússia vai ter problemas sérios, garantiu o secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken. Durante uma visita oficial ao Cazaquistão — uma ex-república soviética –, o responsável disse que os Estados Unidos “não vão hesitar” em atingir as empresas e indivíduos chineses que violarem as sanções dos EUA ou apoiarem o esforço de guerra russo.

“A China não pode ter as duas coisas quando se trata da agressão russa na Ucrânia. Não pode avançar com uma mão propostas de paz, enquanto com a outra mão alimenta as chamas do fogo que a Rússia começou”, afirmou o responsável norte-americano, citado pela CNN.

Nos últimos dias vários oficiais norte-americanos, incluindo o diretor da CIA, disseram ter informações de que a China está a considerar cruzar a linha e fornecer à Rússia assistência letal. Esta terça-feira, Blinken foi mais longe, reforçando essas suspeitas e alertando que um passo nesse sentido iria trazer problemas sérios para Pequim nas suas relações com os EUA e com outros países.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Posso dizer que avisamos claramente a China sobre as consequências de avançar com este tipo de apoio“, adiantou, referindo-se nomeadamente ao seu encontro neste mês com o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, que também esteve recentemente em Moscovo.

Não vamos hesitar, por exemplo, em atingir empresas chinesas ou indivíduos que violem as nossas sanções ou se envolvam no apoio ao esforço de guerra russo”, reforçou.

Blinken revelou ainda que Washington vai emitir licenças para permitir às empresas terem tempo para encerrar as suas relações com empresas russas que foram sancionadas pelo Ocidente em resposta à invasão da Ucrânia.

EUA asseguram que China “tem dado um apoio significativo à Rússia” desde o começo da guerra

Nas últimas semanas, os EUA têm multiplicado os avisos à China sobre o apoio à Rússia, considerando que Pequim tem apoiado significativamente Moscovo desde o início da guerra, a 24 de fevereiro do ano passado. “A China forneceu apoio diplomático, forneceu apoio político, forneceu apoio económico, repetiu e repetiu a propaganda da Rússia, as suas mentiras, as suas distorções, as suas falsidades, num esforço para proteger a Rússia”, acusou recentemente o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price.

EUA asseguram que China “tem dado um apoio significativo à Rússia” desde o começo da guerra

Na semana passada, a diplomacia chinesa divulgou o seu plano de paz para a Ucrânia, que partilhou com Moscovo. As autoridades russas saudaram a proposta dos “amigos” chineses, mas defenderam que ainda não existem as condições necessárias para uma solução pacífica do conflito.

China avança com proposta de 12 pontos para a paz e pede que Ucrânia e Rússia voltem às negociações

Até agora, a proposta de 12 pontos de Pequim já conta com o apoio de países como o Cazaquistão, o Irão e a Hungria. Já do Ocidente chegaram críticas dos EUA e da União Europeia. A Ucrânia disse ver algum mérito no plano de paz, mostrando-se disposta a considerar algumas das ideias avançadas pela China.