Dezenas de milhares de israelitas manifestaram-se este sábado de novo contra o projeto de reforma judicial do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, protestos que têm sido ignorados pelo Governo que já disse que irá avançar com as mudanças.

Os planos foram propostos em janeiro, poucas semanas após a coligação ultranacionalista de Netanyahu ter sido empossada, provocando uma divisão na comunidade israelita e impulsionando os protestos que se têm realizado todos os sábados.

Os projetos de lei visam dar aos políticos e ao parlamento controlo sobre as nomeações judiciais, o poder de anular decisões do Supremo Tribunal e a capacidade de aprovar leis não sujeitas a revisão judicial.

Os críticos da reforma incluem um número crescente de militares, académicos, economistas e líderes empresariais que dizem que as mudanças irão corroer o sistema e as instituições democráticas.

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Do outro lado, Netanyahu e os seus aliados ultranacionalistas e ultraortodoxos defendem que as mudanças são necessárias para controlar o poder de juízes não eleitos.

A batalha pela reforma do judiciário surge numa altura em que está a decorrer o julgamento de Netanyahu por acusações de aceitar subornos, fraude e quebra de confiança.

Os maiores protestos contra as reformas do sistema judicial têm acontecido em Telavive, mas também há registo de manifestações de menor dimensão em várias localidades.

Este sábado, em Telavive, viam-se manifestantes agitando bandeiras e imagens israelitas comparando Netanyahu a ditadores como César, enquanto outros empunhavam bandeiras palestinianas e arco-íris e gritaram “Liberdade!, salienta a AP.

“From Startup Nation to Shutdown Nation” (“Do nascimento de uma Nação ao fim de uma Nação”) era uma das mensagens que se lia num cartaz onde apareciam retratos de Netanyahu e ministros ultraconservadores.